Existe um espaçamento entre linhas do cafeeiro usualmente recomendado? Para a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) a resposta é certeira: “Não recomendamos um espaçamento específico, mas procuramos analisar caso a caso. Existe uma série de características inerentes à propriedade e ao cooperado (produtor) que pode influenciar na escolha do espaçamento”, analisa Antônio Carlos Fidélis, engenheiro agrônomo da Cooxupé.
A cada ano surgem novas possibilidades nesta técnica, que recebe influências de cada detalhe em campo. “O que muda são as tendências, por exemplo, tivemos a fase do adensamento. Agora a tendência é a mecanização”. Além da tecnologia, Antônio Carlos Fidélis frisa outros pontos que são decisivos na determinação do espaçamento adequado a cada cooperado e que os técnicos têm que observar:
-Tamanho da propriedade;
-Topografia;
-Tamanho da área de café;
-Características das lavouras já existentes;
-Possibilidade de mecanização;
-Variedade escolhida;
-Tipo de colheita;
-Clima e disponibilidade de máquinas na região.
Sul de Minas
Citando estas características é possível fazer a relação entre os recursos disponíveis em campo e a região onde a lavoura é cultivada. Fidélis confirma a importância que a localização tem nessa etapa da produção. “A topografia da região é decisiva na escolha do espaçamento, muito embora hoje exista a possibilidade de semi-mecanizar por meio dos terraceamentos”, lembra ele, que atua com a Cooxupé, maior cooperativa do País, na região do Sul de Minas.
Neste ponto é relevante observar a variedade de opções de mecanização, que por si só modificam a recomendação. “Na verdade, a colheita manual ou mecanizada não tem uma interferência decisiva na escolha do espaçamento, mas sim o tipo da máquina que será usada. As tracionadas por trator, sim, influenciam. Contudo, a diferença principal está no custo da colheita. Vale lembrar que o assunto é amplo e permite bastante discussão, bem como pontos de vista diferentes”, destaca.
Cada região tem, ainda, variedades de planta mais comuns que trazem consigo diferentes portes e condições de cultivo. “É importante salientar que existe uma interação entre variedade, clima e fertilidade do solo. Desta forma, devemos ficar atentos quanto a estes detalhes na hora de escolher o espaçamento. Por fim, no caso da mecanização, devemos avaliar bem em que nível ela pode ocorrer, pois a interferência na escolha do espaçamento é influenciada por tal”, finaliza o engenheiro agrônomo.