Em época de preparo da lavoura cafeicultores todo País cuidam de cada detalhe da adubação, análise de solo e plantio. Uma escolha que fará toda diferença, em processos como a colheita, por exemplo, é a do espaçamento entre pés e linhas do cafeeiro. “Não temos um espaçamento padrão, porém como a grande maioria dos cafés da nossa região são da variedade Catuaí, de porte menor, temos utilizado o adensamento 3,5 a 3,8 m entre linhas e 0,5 a 0,7 m entre plantas”. Quem fala é a técnica do Educampo Café, Elisa Müller Veronezzi, que atua junto a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Ltda (Expocaccer).
Cafeeiro com espaçamento 4 x 0,7; Plantio de dezembro de 2015; Bourbon Amarelo
A opção é explicada pela otimização da área ocupada pela lavoura, já que esse espaçamento proporciona um grande número de plantas por hectare, e consequentemente melhor aproveitamento de área. “Este item é muito importante se considerarmos o alto preço da terra em nossa região o que nos obriga a um mesmo espaço de terra ter que nos retornar financeiramente mais”, afirma Elisa. Hoje, de acordo com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, as lavouras da região rendem, em média, 35 sacas por hectare.
- (+ O debate sobre os números utilizados por produtores hoje em dia rendeu, veja aqui)
Na região de atuação da Expocaccer os números utilizados para a plantação não tem se alterado. “Nestes espaçamentos conseguimos mecanizar as lavouras, fazer com que as plantas recebam luminosidade necessária para seu bom desenvolvimento e manter um estande de plantas ótimo entre 4.000 a 5.300 plantas por hectare proporcionando uma produtividade boa para que haja um retorno econômico satisfatório”, pontua Elisa.
Outra tecnologia importante de ser levada em consideração na hora de optar pelo espaçamento é a irrigação. “Lavouras irrigadas, porte baixo são perfeitamente adensadas. Se pensarmos em sequeiro e Variedade Mundo Novo, de porte alto, já diminuem as chances de espaçamentos menores terem sucesso”. Segundo a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, em uma área de 200 mil hectares de produção a região possui cerca de 68 mil hectares irrigados.
A especialista pondera, por fim, que mais do que a região é preciso que o cafeicultor compreenda as características próprias de sua lavoura, levando em consideração as condições específicas dela.