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Drawback - a importação de café volta à pauta do setor

POR EQUIPE CAFÉPOINT

PRODUÇÃO

EM 24/11/2016

3 MIN DE LEITURA

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Por Thais Fernandes

Nesta semana o Conselho Nacional do Café (CNC) se pronunciou sobre o pedido de abertura à importação de café feita por setores da indústria nacional, recentemente. O pedido é alimentado pela escassez de conilon, que vem impactando os compradores do mercado doméstico, onde o grão chegou a bater os R$550 por alguns dias.

Fontes do setor produtivo informaram que o pedido já foi feito durante reuniões com representantes do Governo Federal e do Ministério da Agricultura. Segundo o CNC, os pedidos tem obtido a sinalização favorável do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Em resposta, a matéria vem sendo tratada pela produção em reunião conjunta da Comissão Nacional do Café da CNA e do CNC.

A prática envolveria drawback, que é a importação de matéria-prima com intenção de exportar o produto após sua industrialização. “Somos reticentes quanto à importação do café verde em regime de drawback – voltado ao beneficiamento e posterior exportação – e aos impactos que a operação poderá ocasionar aos produtores brasileiros. Nosso intuito, nesse cenário de debates, é evitar medidas surpreendentes e tomadas à revelia do consenso do setor privado”, afirmou Silas Brasileiro, presidente do CNC, em Balanço do CNC, divulgado no último dia 18.

O CaféPoint entrou em contato com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que informou que aguarda reunião do Conselho Deliberativo da Abic para se pronunciar sobre o assunto. Também entramos em contato com a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e com o Ministério da Agricultura (Mapa), mas não obtivemos retorno até o fechamento desta matéria.

Em entrevista exclusiva o deputado federal Evair de Melo (PV/ES), secretário-geral da Frente Parlamentar Mista do Café e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, esclarece algumas questões relativas ao assunto. Confira, abaixo:

CaféPoint - O tema de importação de café partiu de quais representantes nacionais?
Deputado Evair de Melo - Das indústrias que estão pressionando o governo para liberar a importação e alegam a necessidade de compensar o desabastecimento interno devido a quebra na safra. Essa seria, segundo as indústrias, a causa principal do pedido


CP - Existe prazo para a resposta do Governo?
Deputado Evair de Melo - Nesta semana o CNC entregará um documento ao Governo Federal repudiando, de todas as maneiras, a importação de café. Conforme já havíamos antecipado, existe sim, estoque suficiente para atender as indústrias. Outra ação proposta pelo CNC será pautada na Indústria, Comercio e Relações Internacionais para pleitearmos redução nas taxas de solúveis por três anos, que hoje é 9%, de forma a manter o setor competitivo e líder, remunerando os produtores. Antes dessa taxação de 9% o Brasil vendia para a comunidade europeia cerca de 140 milhões de dólares, hoje é menos de 90 milhões. Vamos concretizar esse posicionamento na Confederação Nacional da Agricultura.

Mas, a indústria e o Governo brasileiro deveriam se unir para reclamarem do imposto colocado ao solúvel brasileiro no mercado Europeu. O solúvel brasileiro é o único a recebe uma taxação extra.

CP - Qual o posicionamento do senhor deputado quanto a essa possibilidade?
Deputado Evair de Melo - Eu sou radicalmente contra a importação por vários motivos. Um deles, e muito perigoso, é a falta de uma rigorosa fiscalização sanitária por parte dos produtores de fora que não possuem as mesmas preocupações com o controle de pragas e outras doenças, conforme existem no Brasil. Isso é um grande risco de contaminação das plantações nacionais. Outro motivo, que derruba as alegações das indústrias sobre a falta de café. Existe sim, estoque suficiente para atender o mercado, tanto de torrado e moído, quanto de solúvel. O que não há é para especular, mas para atender a demanda da Indústria existe sim. Outra justificativa seria a queda no preço que esse café importado poderia trazer ao mercado, o que causaria prejuízos enormes a quem já sofre por causa da estiagem que há três anos atinge o Espírito Santo. Se tiver um preço justo aos produtores as ofertas de café voltarão ao mercado. Há dias estive nas principais regiões produtoras de conilon do Espírito Santo e constatei que não há necessidade de importação.

CP - Em quais moldes pedem a importação?
Deputado Evair de Melo - A forma seria por drawback.
 

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ROBERTO TICOULAT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/12/2016

Prezado Sr. Carlos Alberto,

Fui criado por um produtor de café e hoje tenho minha propria produção. Conheço bem os problemas de nossos produtores e sou solidário ao terrível problema enfrenado por vocês pois também sofri quebras de 40% nos ultimos dois anos.

Por isso defendo que o Funcafe deveria não só prorrogar dividas mas aproveitar para ajudar os produtores, micro pequenos e ate mesmo médios, que sofreram com esta terrivel estiagem com planos de replantio por variedades novas com melhor produtividade. Passo minha vida inteira indo toda a semana para o interior e conheço muito bem a importância de termos produtores capitalizados de forma a gerar renda também no comércio de suas cidades.

Grato pelo entendimento

Roberto
JULIANO

BAIXO GUANDU - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/12/2016

A industria ta tendo um ponto di vista egosta, ja qui apesar dos , altos preços nao esta compensando a reduçao di produtividadi devido a seca alem do aumento do custo di produçao com irriaçao, daqui 7 meses teremos cafe suficiente pra manter o mercardo interno e externo nao a necessidade di importaçao.
CARLOS ALBERTO DE CARVALHO COSTA

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/12/2016

Sr. Roberto, na minha opinião, seria muito pior para a indústria sem nós produtores, por isso acho que o senhor é antes de tudo um grande industrial e tem como hobby plantar alguns pezinhos de café pois não sabe nem o custo de produção de uma saca, seja de robusta ou arábica
ROBERTO TICOULAT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 02/12/2016

Edivan



Se você realmente acha que está sobrando o produto no Brasil, com um produto que deveria valer menos que o café Rio, não temos muita base de conversa. Ontem estive com uma das maiores industrias do setor e eles me disseram que não consegume vender nada para o exterior por causa do preço.



Se não podemos trazer produto, mesmo o Brasileiro que se encontra no exterior, se os produtores não acham importante trazer empresas de fora para trabalhar aqui no Brasil, se acham melhor vender o produto barato e com desconto para ir para outros países produtores e ainda quebrar o seu principal parceiro acho que não temos muito o que conversar.



Os srs deveriam entender que sem a industria aqui no Brasil é pior para o produtor e quando nosso preço está tão alto que compensa trazer produtos em draw back a um custo superior a US$ 35,00/saca os senhores deveriam apoiar pois perdemos mercados, ajudamos nossos concorrentes e ainda afugentamos os possiveis investidores.



Eu defendemos o oposto: uma capitalização ao produtor para enfrentar esta fase, um suporte do governo para replantar com variedades mais produtivas e uma parceria e entendimento entre a cadeia



Grato como sempre pelo entendimento



At.



Roberto
SEBASTIAO TON

AIMORÉS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/11/2016

se nao tiver um preço melhor o produtor nao consegue se reerguer logo por falta de capital

por concequencia a retomada da produçao será lenta
EDIVAN F. MORGAN

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/11/2016

Sr. Roberto,

    O problema que, na prática, a teoria é outra. O Brasil é um caso único no mundo, pois aqui consumimos 50% do café produzido. Entre tantas variáveis, a utilização de matéria-prima de baixa qualidade é feita para baixar custos; caso você industrialize um produto de alta qualidade (mais caro) deve achar ótimo ver um produto baratinho no supermercado. Nosso país não está preparado para drawback. E não estamos falando de reserva de mercado. Não faz sentido trazer para cá o que está sobrando. Flutuações de produção acontecem a toda hora e em todos os lugares do mundo. Calma que em breve teremos bastante conilon para você produzir seu solúvel sem precisar recorrer ao mercado externo, você ficou meio afobado porque os estoques estavam baixos e adversidade climática frustrou a produção; não vamos abrir um precedente perigoso julgando que o problema é falta de matéria-prima, por favor! Estamos cansados de discutir o " custo Brasil" , portanto encontre outra solução viável porque  drawback só piorará o que já é dificil.









    
ROBERTO TICOULAT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/11/2016

Prezado senhores



Temos cafés brasileiros Conillon nos portos internacionais. Porque não podemos trazer de volta e atender contratos internacionais? E olhem só o custo de trazer de volta mais o custo da ida. Nós como industrias não estamos vendendo e todos os produtores sabem que somos o melhor parceiro do produtor.



Não adianta elevar o preço acima do café arábico. A industria já mudou o seu blend. Partilho dos problemas da seca pois tive na minha fazenda proble de perdas de  30 e  depois 40% da produção. Porém manter a industria saudável é mlhor paraa todos. Além do mais poderiamos ter mais industrias. Há 40 anos não temos uma industria nova no Brasil, enquato que outros paises produtores como Colombia, Vietnã, Indonésia, México e Ecuador temos mais de 30 novas industrias.



Então é uma questão de visão, ou tira a industria do mercado e crescem as industrias nos outros paises produtores ou teremos o reverso, os produtores tendo mais empresas no Brasil para colocar seus produtos.



Todos lemos a noticia do Vietnã ams o Sr. também deve ter lido os problemas que eles terão para renovar seu parque produtivo. Não é uma questão de baixar o preço interno mas sim se subir os preços no mercado internacional. Cabe destacar que o consumo no Vietnã cresce 20% ao ano. O mesmo acontece com Indonésia. A India que produz 5 milhoes de sacas deverá se tornar importador liquido em breve.



Se fizermos as contas hoje dificilmente o Brasil iria importar. É tudo uma questão de equilibrar o mercado internacional, favorecendo a cadeia como um todo.



Grato como sempre pelo diálogo.



Roberto
ROBERTO TICOULAT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/11/2016

Prezado Sr. Edivan F. Morgan,



Sou antes de mais nada um produtor, alias há seis gerações minha família produz café. Mas a minha propriedade comprei com o suor do meu trabalho, assim como tudo que adquiri na minha vida.



Estou certo que o que falta na agricultura é seguro rural e aumentos especulativos de preços não ajudam aos produtores. O que vimos este ano foi mais um disparate de manipulação de preços por detentores de estoques do que realmente falta de estoques.



Qual é o problema de eu querer trazer de volta o café brasileiro que foi exportado que esta com preços mais baratos do que o mercado interno no mercado internacional?



O fato de estarmos discutindo a possível repatriação já colocou o nosso Conillon no patamar dos preços internacionais, caindo aqui dentro e subindo lá fora. Os preços de café são regulados pelas bolsas internacionais e não por regulamentações de meio ambiente e de legislações trabalhistas, estas em nosso caso completamente fora da realidade mundial. Em momentos de produção normal o Brasil é exportador de Conillon e nunca se preocupou com estes temas pois sabe que temos de estar presentes no mercado mundial.  Nem gostaria muito de falar de legislação trabalhista pois são muito poucos produtores que conseguem cumprir a legislação trabalhista por completo. Também em nenhum lugar do mundo os trabalhadores rurais se aposentam com 30 anos de contribuição, podendo então se aposentar, pela legislação atual com 48 anos e receber uma aposentadoria sem nunca ter pago contribuições mensais, somente contribuições no que é vendido com Nota.



Estou falando de basicamente estarmos abertos ao drawback para atrairmos investidores internacionais. Nosso setor de café solúvel não tem uma nova industria há 40 anos enquanto o resto do mundo amplia seu potencial produtivo com industrias que vão para mercados onde é livre o drawback.



Achar que protege o mercado local com proibição de matéria-prima é uma loucura pois hoje somos importadores líquidos de café torrado e moído. As grandes marcas não vem produzir no Brasil por razões de não poderem ser competitivas. Vimos nos últimos anos a concentração na industria de torrado e moído através de compras das multinacionais mas nem mesmo estas empresas tornaram o Brasil como base exportadora. Hoje já importamos mais de 80.000 sacas/ano gerando emprego e renda no exterior. Isto por si só é uma loucura para um país com um nível de desemprego tão alto no Brasil.



Tenho orgulho de ser produtor que foi a base do meu crescimento e de minha formação e por isto defendo a importação e o drawback para termos um cliente fiel no Brasil, com novas industrias aqui se estabelecendo, gerando renda e oportunidades a toda a cadeia. Varias entidades de produtores no Brasil apoiam esta tese, dentre elas a Sociedade Rural Brasileira e a BSCA.



Por isto continuarei a favor da importação, para gerarmos renda a toda a cadeia e transformar nosso pais em um pais exportador de marcas e de produto acabado.



Grato pelo entendimento



Roberto Ticoulat
CARLOS ALBERTO DE CARVALHO COSTA

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/11/2016

Parabéns sr. Edvan, o senhor Roberto apesar de ser também produtor e industrial de solúvel está totalmente por fora dos produtores de conilon no Es. Por favor senhor Roberto dê um pulinho aqui no nosso estado e vê a penúria que está passando os nossos produtores. Em tempo, acabei de ler no jornal que o Vietnã não consome nem 10 porcento do café que produz.
EDIVAN F. MORGAN

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/11/2016

Caro Roberto,

  Temos inúmeros itens a avaliar. Você só descreveu aqueles que lhes são favoráveis.

Tem que levar em conta que o  Brasil, além de grande produtor, também é grande consumidor.

Os países que você citou não consomem café, ou seja, o drawback é positivo!

Esses mesmos países não tem legislação ambiental como no Brasil e também não tem legislação trabalhista; assim o custo de produção deles é muito menor acarretando uma concorrência  desleal! Por isso além de não permitir importação de café o governo brasileiro deveria entrar com uma ação na OMC contra esses países.

Produzir no Brasil é muito difícil, quando o clima ajuda, nós rompemos, mas com as mudanças climáticas que estamos experimentando a produção foi drasticamente reduzida, todos estão passando por dificuldades, principalmente no norte do ES, caso seja liberada a importação de conilon será a pá de cal nos produtores daqui.

Os preços mais altos ajudariam na capitalização dos proprietários para recuperação da produção.
ROBERTO TICOULAT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/11/2016

Me desculpe o Deputado Evair,



Com a não possibildiade de importar o Brasil perde a instalação de novas industrias. Se consumimos algo como 4 milhoes de sacas anuais já é importante, imaginem crescer a demanda para 6 milhoes de sacas caso o mercado fosse aberto.



Nossos produtores que são nossos maiores parceiro mas se não temos preço para exportar não compramos de nossos produtores e perdemos clientes, de dificil recuperação posterior pois os clientes preferem fornecedores mais regulares.



Só para efeito de uma comparação, quando exportamos café verde perdemos somente na logistica US$ 10,31/saco que poderiam ser transferidos ao produtor caso fossemos competitivos. Digo isto porque só podemos exportar café verde em containers de 20 economicamente devido ao peso. No caso do soluvel desitratamos o café e temos um peso no container de 40-HC menor do que no de 20.



Da mesma forma, para trazermos um café de fora, temos imposto de importação, no caso de importação, ou somente de outras despesas no caso do drawback (frete internacional do pais para o Brasil, despesas portuárias e de desembaraço no Brasil além de frete interno) onerando a compra do produto importado em regime de drawback de cerca de US$ 20,00/saco. Se importarmos ainda temos mais 10% de imposto de importação ao produto ou seja mais US$ 33,00/saca. Ou seja o mercado já por si só contem uma bareira natural para o produto nacional



Para piorar ainda o mercado brasileiro é livre para a exportação mas, não podemos trazer nem sequer o nosso produto que foi exportado. Temos 1,5 milhoes de sacas brasileiras de Conillon que estariam disponiveis para ser importadas, enquanto o setor quer poder trazer somente parte destes estoques, em torno de 500.000 sacas, para amenizar a escassez. Tudo isto pode ser acordado.



Se temos estoques, como afirma o Deputado Evair, eles estão sendo manipulados cobrando preços acima dos cafés arabicas medianos.



O café é o unico produto agricola que não podemos importar e o Brasil e o único grande produtor que não permite a importação (*está certo que a Colombia importou mas o governo não declarou). Outros países como Vietnã, Indonésia, India, México e Ecuador é permitida a importação ou o  drawback resultando numa perda de industrias para estes paises.



Hoje nosso Conillon é exportado para o México para ser re-exportado para outros destinos. Quem vocês acham que acaba pagando o frete para exportar in natura para o México? Claro que são os produtores brasileiros. Se o produtor brasileiro tem de exportar para o México perde US$ 19,15/saca entre todas as despesas.



Justamente porque temos um quadro excelente de avaliadores de pestes e doenças que podemos implantar o sistema de importação de café.



Me desculpem mas é uma visão do atraso. O Brasil hj importa mais de 80 mil sacas de café incluisve brasileiro e exporta somente pouco mais de 20 mil



Importar o nosso próprio café é questão de respeito a nosso consumidor. Poder produzir cafés de outras origens ainda mais !!


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