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Conilon capixaba deve ter quebra de até 40% em relação ao esperado em 2016

POR EQUIPE CAFÉPOINT

PRODUÇÃO

EM 27/05/2016

4 MIN DE LEITURA

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Da redação

A quebra na produção de café conilon no estado do Espírito Santo deve chegar a até 40%, pontuou o Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), nesta quarta-feira (27/5). O número é de que os produtores capixabas devem colher este ano 5,953 milhões de sacas de café conilon. “Isso representa aproximadamente 40% menos do que o esperado se não fosse a seca, conforme o gráfico ilustrativo”, explica o Incaper.


Gráfico: Incaper




A segunda estimativa de safra da cafeicultura capixaba em 2016 foi divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e teve dados coletados Incaper pouco antes do início da colheita, entre os dias 10 e 30 de abril. Neste estudo mais recente, a Conab indica que o total do conilon terá produção estimada em 9,4 milhões de sacas, com uma quebra de 16% frente à safra 2015 (11 milhões de sacas).
Espírito Santo
Em relação ao que foi colhido no ano passado, a segunda estimativa da Conab aponta uma queda de 23,3% no estado capixaba. O Incaper analisa, ainda, que a produção de conilon no Espírito Santo experimentava um franco crescimento: aumentou em média 5% ao ano nas últimas duas décadas. Diante deste cenário de estiagem, que se arrastou por mais de dois anos, houve uma ruptura dessa produção crescente. “O gráfico indica isso. Se não tivesse a seca, seguindo o crescimento médio registrado das últimas duas décadas, o Espírito Santo poderia colher este ano cerca de 10,5 milhões de sacas”, frisou Romário Gava Ferrão, pesquisador do Incaper e coordenador do programa estadual de cafeicultura.

Foto: Café Editora
Lavouras capixabas em meados de novembro de 2015// Foto: Café Editora


A queda vertiginosa na produção está diretamente relacionada com a longa estiagem. “Foram 30 meses de seca. Tivemos de 30% a 60% a menos de precipitação, e a chuva foi mal distribuída. Além disso, as plantas sofreram muito com a insolação e o forte calor. As temperaturas ficaram muito elevadas, chegando a 3°C acima da média. E tem mais: 70% do nosso conilon é irrigado, e faltou água para a irrigação. O produtor também teve que respeitar a normativa que restringiu a irrigação durante o dia. Todos esses fatores contribuíram para essa queda na produção de café conilon no Estado”, explicou Ferrão.

Arábica + conilon
No geral, considerando a estimativa de produção de arábica e de conilon, a previsão é de que a safra de café capixaba sofra uma queda de 11,64%. Devem ser colhidas no Espírito Santo em torno de 9,455 milhões de sacas de café, sendo 3,502 milhões de sacas de arábica, e 5,953 milhões de sacas de conilon. A produção de conilon sofreu uma queda de 23,3% em relação ao ano passado. Já a produção de arábica experimentou um crescimento de 19,15% em relação ao ano passado. “Foi registrado um crescimento na produção de arábica e uma redução do conilon. Isso porque, no geral, na região onde se planta arábica houve uma melhor distribuição da chuva. A seca interferiu menos no arábica, que já vinha havia dois anos com safra baixa” explicou Romário Gava Ferrão, pesquisador do Incaper e coordenador do programa estadual de cafeicultura. Importante destacar que a segunda estimativa de safra não é definitiva, pois ainda não considera o rendimento de beneficiamento do café (pila). Os próximos levantamentos devem ser feitos entre agosto e setembro, quando cerca de 80% do café capixaba já tiver sido colhido.

Como é feita a previsão de safra
A estimativa de safra é divulgada pela Conab três vezes por ano. Para estimar a produção, o Incaper utiliza uma metodologia científica padronizada, utilizada em todos os estados produtores do Brasil. A estimativa leva em consideração aspectos como a área plantada, as condições de solo, clima, florada, incidência de pragas entre outros fatores, que seguem o método estatístico preconizado para esta finalidade. Para o levantamento, 600 propriedades cafeeiras capixabas foram visitadas em todos os municípios do Espírito Santo. A amostra representa 1% das propriedades cafeeiras do ES. Existem várias instituições que realizam a estimativa de safra de café no Brasil. Os resultados são, na maioria das vezes, divergentes, uma vez que são realizadas em épocas e utilizando metodologias diferentes. “Quando aparecem resultados divergentes, apurados por outras fontes, não significa que uma ou outra previsão de safra esteja incorreta. Significa apenas que foram aplicadas metodologias diferenciadas. Há várias formas de estimar a safra de café, e a metodologia de apuração adotada pelo Incaper vem sendo utilizada pela Conab há mais de quinze anos para fazer a estimativa oficial de safra”, finalizou Ferrão. 

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