Em uma de suas lavouras da variedade bourbon amarelo, a Fazenda Nossa Senhora Aparecida que compõe o empreendimento da O'Coffee, em Pedregulho (SP), já teve sua primeira colheita este ano. “Ela teve estresse hídrico em maio e floresceu em junho, por isso adiantou a produção”, explicou o CEO da empresa, Edgard Bressani, confirmando que esta foi a primeira vez que a maturação foi tão antecipada na propriedade.
A lavoura irrigada começou a maturar no início do mês de janeiro e, no dia 20 deste mês, começavam os trabalhos de colheita. Até o dia 16 de março, 0,5% da expectativa de produção total da fazenda havia sido colhido. “Dento da expectativa, os cafés estão normais com uma uniformidade ótima, bebida mole com notas de caramelo e com finalização de garapa. Esperamos que a qualidade se mantenha”, afirmou Edgard. Já as outras variedades cultivadas pela O’Coffee, ele acredita que estejam prontas para a colheita no início de abril.
Alta Mogiana
Sobre o andamento da colheita na região produtora da Alta Mogiana, representantes explicam que o caso é específico da propriedade. “Tenho andado em muitas fazendas aqui na região da Alta Mogiana e não temos nem um caso além da O’Coffee, que esteja com a colheita em andamento. Minha opinião é que a colheita nas variedades precoces ainda vai de 20 a 40 dias para iniciar. Na O’Coffee, acredito que eles estão fazendo uma seletiva, colhendo apenas os maduros de variedade como o bourbon amarelo, plantas bem precoces aqui”, explica Júlio Ferreira, responsável pelo setor de Controle de Qualidade da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana (AMSC), em entrevista ao CaféPoint.
Quanto à qualidade da safra, Júlio explica que a expectativa é muito positiva. “Estamos caminhado bem, vamos ter uma safra com boas peneiras e uma uniformidade bacana na maturação”, comenta ele, lembrando que o único temor dos produtores é que ocorram altos volumes de chuva na época da colheita. “Quando temos muitas chuvas nossa janela de cerejas maduros fica muito curta, com isso os grãos começam a secar na planta e perder sua qualidade. Em muitos casos, o grão chega até fermentar na própria planta, pois quando está seco ele começa a reter água da chuva e fermentar”, analisa Júlio Ferreira.
“A tendência é de uma qualidade superior em relação à safra passada quanto à granação e uniformidade de maturação. Mas estamos na dependência de uma colheita 'enxuta', sem chuva”, acrescenta o presidente da AMSC, André Cunha.