Em comemoração aos seus 85 anos de cooperativismo, a Cooxupé – maior do setor de café no mundo -, reuniu especialistas e debateu um tema de relevância para a cadeia produtiva: sustentabilidade. O Brazil & Sustainable Coffee Conference ocorreu em São Paulo (SP), nesta terça-feira (25/4), e teve realização do Sistema OCESP, Cooxupé, Abag e Basf.
Evento celebrou 85 anos de cooperativismo da Cooxupé e trouxe temas ligados a sustentabilidade
Com nomes voltados para clima e a interação entre agronegócio e meio ambiente, como Marcelo Furtado, diretor-executivo do Instituo Arapyaú e facilitador na Coalition Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, o evento trouxe informações gerais e outras voltadas ao café. Outros palestrantes foram Evaristo Eduardo de Miranda, chefe geral na Embrapa Monitoramento por Satélite, que destacou dados brasileiros frente a realidade de distribuição de terra inferior em diversos outros países, além de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da Canaplan e Eduardo Leduc, Vice-presidente Sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina.
BIENALIDADE E SAFRA 2017
Em palestra, Carlos Paulino, presidente da Cooxupé, abordou o tema da “Responsabilidade Social Cooperativista”. O presidente lembrou a importância dos pequenos produtores na composição da cooperativa, que são os responsáveis pela maior parte da produção final de café. “Os nossos cooperados sempre produzem mais do que os não cooperados. Isso porque nós temos um departamento técnico com 222 técnicos agrícolas ou agrônomos dando essa assistência ao produtor”, explicou Paulino. Veja, abaixo, um trecho da fala do presidente:
A respeito da safra 2017, Paulino afirmou não se sentir confortável com declarações prévias, já que muitos fatores ainda podem interferir tanto em volume quanto em qualidade. “A bienalidade está diminuindo com tecnologia e a ampliação que já ocorreu das regiões do parque cafeeiro, que torna a produção mais diversa”, pontuou ele sobre a característica das lavouras de produção alta em um ano e baixa em outro, que vem sendo reduzida a cada ano.
"A bienalidade está diminuindo com tecnologia", afirmou Carlos Paulino, presidente da maior cooperativa de café do mundo
Contudo, a cooperativa já tem uma ideia de como deve se configurar a safra em cada região produtora de sua atuação. “No Triângulo Mineiro (Cerrado Mineiro), a quebra vai ser maior. Já no Sul de Minas é o contrário, assim como nas Matas de Minas uma queda menor”, ponderou Paulino. Mas o movimento não deve impactar no suprimento nacional. Segundo Paulino, o estoque particular ainda existente e dá segurança de que o mercado interno terá sua demanda atendida, assim como compromissos de exportações. “Não vejo problema de abastecimento nesse ano e ano que vem”, declarou.
Assim como a bienalidade, Paulino destacou que a área cafeeira no Brasil também segue diminuindo muito. O movimento ocorre como consequência do aumento do usa de tecnologia no campo e da própria safra zero, técnica que aplica poda drástica em determinada porcentagem da lavoura em um ano, para gerar aumento da produtividade no ano seguinte. Esses fatores tem auxiliado a produtividade a crescer em menor área, destacou o presidente da Cooxupé.