Em busca de acompanhar tendências no setor agrícola e cafeeiro, a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel) se propôs um desafio para este ano. No início de 2016 a Cooperativa criou o setor de análise de crédito dos cooperados. “Atualmente seis técnicos estão atuando em aproximadamente cinco cidades do Sul de Minas”, explica Marcelo Resende Campos, gerente técnico comercial da Cocatrel.
O objetivo do novo setor é a reunir informações específicas de cada produtor, tendo assim um controle sobre as possibilidades disponíveis para cada um. “O setor de análise de crédito, juntamente com os técnicos de campo, vai realizar a atualização dos cadastros de todos os associados e verificar o limite de crédito de cada um, individualmente, com base na fidelidade com a cooperativa, área de café, estado da lavoura, produção de café, entre outros critérios”, completa Campos.
Barter
A ação criou a estrutura necessária para realizar pela primeira vez a operação de barter durante a Feira Expocafé, que ocorreu em Três Pontas (MG), entre os dias 8, 9 e 10 de junho. O processo de barter é feito com os produtores fazendo o pagamento dos produtos adquiridos através de sacas de café, com possibilidade de travamento de preço de acordo com a cotação do mercado futuro na data, por exemplo.
A primeira experiência com a chamada “troca Inteligente” durante a feira foi realizada no próprio estande da Cooperativa. Lá, os produtores escolheram os produtos, das diversas linhas de defensivos e fertilizantes, e puderam simular a quantidade de sacas a serem entregues no próximo ano. “Uma das negociações realizadas na Expocafé foi a venda de fertilizantes, com preço diferenciado, à vista. Já operação em barter também foi realizada com a troca de defensivos e fertilizantes com pagamento em sacas de café tipo 6/7 da safra 2017”, explicou o gerente comercial.
Valorização e negociações
Durante os dias da Expocafé, frente a previsões de geada em regiões produtoras, o mercado operou em alta. O aumento nas cotações ocorreu especialmente na Bolsa de Nova Iorque, que regula o preço do arábica. A valorização pode ter auxiliado os produtores neste pagamento com café. No dia 8 de junho o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, fechou a R$ 488,18/saca de 60 kg, alta de 6,55% em relação ao dia 1º deste mês.
O resultado, segundo Marcelo Resende Campos, surpreendeu a Cooperativa. “Superou nossas expectativas, com aproximadamente R$ 5 milhões em negócios”. O número se refere ao total de negociações feitas durante a feira, incluindo o processo em barter e as demais formas de venda.