Da redação
“Como será coberta a diferença entre o tamanho da nova safra e a necessidade brasileira de café?”, questionou uma tradicional exportadora e corretora de café de Santos (SP). Segundo o Escritório Carvalhaes, os altos volumes exportados, somados aos sérios problemas climáticos em 2014, tornam difícil a missão de suprir a demanda que está por vir. “O Brasil terá de atender seus compromissos de exportação e consumo interno, cerca de 55 milhões de sacas, com a safra que começamos a colher neste mês de abril”, aponta.
Ainda de acordo com Carvalhaes, analistas e operadores no mercado de café mostram cautela frente ao grande número de incertezas pela frente. Contudo, a situação apertada de estoques, produção e consumo em alta parece não influenciar as cotações em Nova Iorque. Elas aparentam estar financeirizadas e norteadas por análises gráficas. Confira, abaixo, a análise completa do Escritório:
A divulgação no decorrer desta semana do balanço da Petrobrás, finalmente auditado, apesar de confirmar a situação calamitosa da empresa, trouxe algum alívio aos operadores do mercado financeiro e a cotação do dólar frente ao real recuou hoje pelo quinto pregão consecutivo, fechando a semana abaixo dos três reais. Analistas acreditam que o mais provável é que o dólar oscile entre R$ 3,00 e R$ 3,15 no curto prazo.
As cotações do café em Nova Iorque oscilaram em um intervalo menor que o usual e fecham a semana com ganhos de 75 pontos nos contratos com vencimento em julho próximo, insuficientes para compensar o recuo do dólar frente ao real. O mercado físico brasileiro permaneceu calmo, em ritmo de entressafra, com um volume maior de negócios nos dias em que a ICE operou em alta.
Todos os lotes que chegam ao mercado encontram rapidamente interessados, mas as ofertas em sua grande maioria estão abaixo do pretendido pelos produtores, o que dificulta o fechamento de negócios.
Analistas e operadores no mercado de café mostram cautela frente ao grande número de incertezas pela frente. Todos concordam que com os sérios problemas climáticos em 2014 - que prejudicaram a safra brasileira de café 2014/2015 - e o excelente volume exportado pelo Brasil no mesmo período, praticamente não teremos estoques de passagem no final de junho próximo, quando termina o ano-safra brasileiro 2014/2015. Assim o Brasil terá de atender seus compromissos de exportação e consumo interno, cerca de 55 milhões de sacas, com a safra que começamos a colher neste mês de abril. Como será coberta a diferença entre o tamanho da nova safra e a necessidade brasileira de café?
Os estoques em mãos dos consumidores não têm se alterado em volume significativo, indicando que o café embarcado pelos produtores está sendo consumido e confirmando a análise da OIC – Organização Internacional do Café. Ela aponta para um crescimento anual entre 1,5 e 2% no consumo global. Os números da OIC mostram que o mundo precisa de mais 2,5 a 3 milhões de sacas a cada ano, ou mais um Vietnã, segundo maior produtor de café do mundo, a cada dez anos.
A situação apertada de estoques, produção e consumo em alta parece não influenciar as cotações em Nova Iorque. Elas aparentam estar financeirizadas e norteadas por análises gráficas.
Até o dia 23, os embarques de abril estavam em 1.136.618 sacas de café arábica, 278.353 sacas de café conilon, mais 117.096 sacas de café solúvel, totalizando 1.532.067 sacas embarcadas, contra 1.764.315 sacas no mesmo dia de março. Até o dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.104.726 sacas, contra 2.095.636 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 24, subiu nos contratos para entrega em julho próximo, 75 pontos ou US$ 0,99 (R$ 2,93) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 571,61 por saca e hoje, dia 24, a R$ 557,15 por saca.
Dia 24, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 75 pontos.
Escritório Carvalhaes