As exportações de café conilon do Espírito Santo em 2015 atingiram volume recorde, com 4,02 milhões de sacas de 60 kg. O número representa o maior embarque do grão feito pelo Estado na história e foi divulgado pelo Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV). “No ano passado, com grande volume de exportação, o conilon ficou mais dividido entre mercado interno e externo. O produtor teve, então, as duas possibilidades para escoar o café e o dólar fez com que o mercado externo se tornasse mais competitivo”, analisa o presidente do CCCV, Jorge Luiz Nicchio.
"Uma notícia boa é o preço do café do conilon", considera Jorge Luiz Nicchio, presidente do CCCV
Segundo Nichhio, o dado também é relevante quando se considera que, em geral, para o conilon capixaba cerca de 90% do grão é destinado ao mercado interno. Após um ano de seca severa, o grande volume exportado de café conilon capixaba, deve refletir na composição de blends (mistura) da indústria. “Quando há menos oferta de conilon eles costumam aumentar a quantidade de café arábica. Isso ocorre não apenas aqui, mas também na indústria mundial, quando existe a necessidade”.
Estoques e embarque em 2016
O resultado do movimento de vendas externas e consumo interno é a baixa na quantidade de café armazenado no Estado agora. “A expectativa é de queda de volume de embarque em 2016. Saímos de 2015 com baixa produção e em 2016 também temos uma produção com baixa expectativa. Só que ano passado o estoque remanescente era bem maior do que este. Então teremos pouca produção e estoque. Sem dúvida nenhuma, o movimento de exportação vai cair”, pontuou Nicchio.
Valorização no preço da espécie
“Uma notícia boa é o preço do café do conilon. Até agora houve valorização de 40% no preço no ano do conilon em um ano. Hoje estamos com preço ao redor de R$ 390 por saca”, destaca o presidente do CCCV. Em janeiro, a média do Indicador Cepea/Esalq tipo 6 peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, foi de R$ 389,27/sc, valor 2,71% superior ao de dezembro de 2015 e a segunda maior para um mês de toda a série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), (iniciada em 2001) em termos reais, atrás apenas de dezembro de 2011.
Para o mercado externo o cenário também tem horizontes positivos, mas é preciso pesar mais fatores, explica Nicchio. “Seguramente nós vamos ter preços bons este ano, pode ser que se mantenham sustentados nesse ritmo ou ter valorização. Depende ainda da produção desta safra aqui e da condição dos nossos concorrentes”, pondera Jorge Luiz Nicchio.