Por Thais Fernandes

Os contratos futuros do café tiveram ganhos no acumulado desta semana. O movimento foi impulsionado pela melhora nos mercados em geral, segundo o Conselho Nacional do Café - CNC, diante da recuperação das cotações do petróleo, e pelo enfraquecimento do dólar frente a outras moedas internacionais, incluindo o real.

As altas influenciaram nas negociações durante a 15ª edição da Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri). Em dois dias, 23 mil visitantes e compradores passaram pela Feira, representando 10% a mais que no ano anterior. A estimativa é de que 35 mil pessoas visitem a Feira que acontece até às18h desta sexta-feira (18/3) e é realizada pela maior cooperativa de café do País, a Cooxupé. De acordo com o superintende de Desenvolvimento do Cooperado, José Eduardo, a expectativa geral da Feira é de que um aumento no volume de negócios de 16% em relação a 2015, quando foram gerados 120 milhões, com estimativa de público de 35 mil pessoas.

A Feira trabalha com a chamada operação de barter, que consiste na troca de sacas por insumos agrícolas. Para tornar o sistema possível, a Cooxupé disponibiliza um estande que funciona como Centro de Negócios, onde os produtores fazem as negociações baseadas no valor do café nos mercados futuros. Dessa forma, produtores de todos os portes têm acesso a maquinários e produtos tendo como moeda de troca o café.

Segundo do CNC, a divisa norte-americana encerrou os trabalhos, na quinta-feira, valendo R$ 3,6533, acima do patamar da sexta passada. Porém, ao longo da semana, o movimento foi influenciado pelo cenário externo e, principalmente, pela cena política nacional, a qual, somente ontem, fez com que o dólar recuasse mais de 3% durante o dia, até diminuir parte das perdas e fechar com queda de 2,29%, ou a maior queda percentual diária desde 3 de novembro de 2015.

Outros fatores foram apontados por Carlos Paulino, presidente da Cooxupé, como influenciadores da alta. “Nossos estoques estão cada vez mais em baixa. O preço do café tem fator como uma de suas principais referências”, explicou ele, apontando também a quebra do robusta em um cenário mundial e local. (Leia mais, aqui)

Ainda no Balanço Semanal do CNC, a instituição informou que na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira (17/3), a US$ 1,3255 por libra-peso, com alta de 675 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. Um patamar acima de US$ 1,30 não era visto na bolsa de Nova York desde 20 de outubro do ano passado e foi puxado, além da queda do dólar e da melhora geral nos mercados, pela postura dos fundos de investimento, que parecem ter se virado para o lado comprador.

Robusta
Quanto a espécie robusta do café, o vencimento maior do contrato futuro, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão da quinta-feira (17/3) a US$ 1.459 por tonelada, com valorização de US$ 32 em relação a sexta-feira antecedente, rompendo a resistência de US$ 1.454 e mirando, como próximo objetivo altista, o patamar de US$ 1.480 por tonelada.

No mercado físico brasileiro, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon acompanharam a evolução externa e foram cotados, ontem, a R$ 509,09/saca e a R$ 361,42/saca, respectivamente, com variações positivas de 3,78% e 0,87% em relação ao fechamento da semana anterior. A entidade revelou que, nesse cenário, foram observados negócios, sobretudo em momentos que, além das altas nos preços do café, o dólar caía pouco.