O Conselho Nacional do Café (CNC) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) realizaram, no dia 9 de julho, o webinar Funcafé e Colheita 2020.
A iniciativa faz parte das ações do Termo de Cooperação Técnica e tem o objetivo de contribuir com extensionistas, pesquisadores, cooperativas e produtores para desenvolver e fortalecer a produção sustentável da cafeicultura.
O webinar contou com a participação de Paulo Brant, vice-governador de Minas Gerais; Ana Maria Valentini, secretária estadual de Agricultura; e Nilda de Fátima Ferreira Soares, presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Silas Brasileiro, presidente do CNC, apresentou a importância do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o setor que, na safra 2020, conta com orçamento recorde de R$ 5,71 bilhões para investimentos em pesquisa, custeio, estocagem, financiamento para aquisição de café e capital de giro a cooperativas, industriais e exportadores.
“Desde sua criação, em 1986, o Funcafé teve um ganho real de 349% em seus recursos, o que reflete a boa gestão por meio da sinergia entre os segmentos da cadeia produtiva e o governo federal no âmbito do Conselho Deliberativo da Política do Café. Para a safra atual, obtivemos o orçamento recorde de quase R$ 6 bilhões e, como conquista do CNC, a publicação da Resolução 4.824, que desmistifica o fato de os recursos não chegarem ao produtor, pois ela permite a exposição dos valores e de quem foi o tomador”, destaca Silas.
Em relação ao maior estado produtor de café no Brasil, o presidente do CNC aponta a evolução no desempenho do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com a contratação de R$ 392 milhões. “O incremento nos recursos para a instituição, na comparação com os R$ 303 milhões de 2019, reflete a boa gestão e o repasse total no ano passado, além dos esforços que fizemos, no Mapa, para que mais valores pudessem ser tomados por este agente devido à sua otimização na aplicação do capital”, explica o presidente.
Silas também destacou a parceria firmada com o governo de Minas Gerais para fomentar a gestão das propriedades cafeeiras no estado. “De um lado, temos o conhecimento técnico da Emater para baixar custos, ser mais produtivo e ter mais qualidade. Do outro, os recursos disponíveis através do trabalho do CNC. Essa é uma associação que dá muito certo”, explica.
A secretária de Agricultura de Minas Gerais, Ana Maria Valentini, ressaltou o envolvimento das instituições vinculadas a sua Pasta para o benefício dos cafeicultores. “É um trabalho que a Emater tem feito com brilhantismo. Também a Epamig, com a pesquisa que ajuda que o setor cresça, e o Instituto Mineiro de Agropecuária, que contribui muito com o produtor na certificação dos produtos”, afirmou.
O presidente da Emater-MG, Gustavo Laterza, enaltece as atividades realizadas pela entidade, destacando a parceria firmada com o CNC. "É uma grata felicitação celebrar o termo de cooperação e estar integrado com as cooperativas. Essa parceria é importante para levar o conhecimento, as oportunidades e as políticas públicas para fomentar a atividade produtiva do café. Também fomentamos a cultura do associativismo e do cooperativismo junto aos produtores”, comentou.
Gustavo apresentou um panorama sobre o andamento da colheita em Minas Gerais, que deve se situar entre 30,7 milhões e 32,1 milhões de sacas de 60 kg, com produtividade de 30,7 sacas a 32,1 sacas por hectare em uma área produtiva de 1,033 milhão de hectares.
No Sul de Minas, a Emater-MG indica que 40% dos cafés foram colhidos até o momento, mesmo percentual projetado para os trabalhos de cata no Cerrado Mineiro. Na Chapada de Minas, a previsão é que a colheita atinge 50%, enquanto nas Matas de Minas, 55%.
Em relação a pandemia, Gustavo apresentou alguns reflexos na atividade cafeeira, como certa elevação nos custos de produção em função do produtor ter que fazer a adequação aos protocolos sanitários na propriedade e no transporte de trabalhadores. Também houve redução no fluxo de trabalhadores de outras regiões, mas boa parte foi suprida com a utilização de mão de obra regional.
Uma preocupação é em relação à qualidade na Chapada de Minas – microrregião que tem estimativa para produzir 685 mil sacas –, onde foram registradas maturação desuniforme dos grãos e ocorrência de chuvas, que dificulta o tratamento pós-colheita.
Nas demais áreas cafeeiras de Minas, a qualidade está adequada, com maturação bastante uniforme e cafés com peneiras altas. "A sanidade das lavouras está boa, há pouca ou quase nenhuma incidência de broca e alguns produtores vêm focando em cafés especiais", completa.
As informações são do CNC.