O produtor segue preocupado com as mudanças climáticas e, para auxiliá-los, o Conselho Nacional do Café (CNC) tem promovido ações pontuais, em parceria com a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), para que os cafeicultores possam se planejar e serem mais assertivos na atividade.
Na última quinta-feira (2), foi realizado um webinar com o chefe do Serviço do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, Francisco de Assis Diniz, que trouxe um panorama das condições climáticas atuais e as adversidades que podem ter reflexo na produção cafeeira.
O meteorologista chamou a atenção do produtor de café para duas situações que podem ocorrer a curto prazo: a chuva, em especial, de 8 a 12 de junho, que pode trazer precipitação, variando entre 40 mm e 60 mm, em algumas regiões produtoras, como o sudeste de Minas, Triângulo Mineiro, sul do Espírito Santo e Rondônia, e para ondas de frio, em julho, que poderão atingir as áreas de café.
“Para os próximos dias, vem chuva e mais frio. Mas o frio que vai chegar, agora em meados de junho, não traz condição de geada. Já para julho, não está descartada a possibilidade de massa de ar mais frio chegar até a área do café”, pontuou.
Quanto às condições de chuva, a médio e longo prazo, o especialista em clima adiantou que as precipitações devem retornar com mais intensidade em outubro nas regiões cafeeiras de Minas Gerais, Espírito Santo e Rondônia.
La Niña
Segundo o especialista, a tendência é de que o fenômeno La Niña persista com mais força nos próximos seis meses, o que contribui para a chegada de ondas de frio no sul do Brasil de uma maneira mais intensa. “Uma situação que favorece a ocorrência de frios mais tardios pela frente”, alertou.
Francisco de Assis apresentou, ainda, um estudo que mostra que nos últimos 30 anos, nos meses mais frios, como junho e julho, as temperaturas tiveram um acréscimo de 0,5°C a 1,5°C em todas as regiões do café.
Chuvas
Quanto à diferença de precipitação nas regiões do Brasil, ele observa que nos últimos 30 anos, o mês de outubro tem sido mais seco (-50 mm) no sul de Minas, Rondônia, Mogiana, Espírito Santo e sul da Bahia, com exceção no norte do Paraná, que choveu 50 mm acima do previsto.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, observou que o reflexo desse clima mais adverso tem sido significativo no café, com algumas lavouras, inclusive, abrindo florada fora de época. “São informações preciosas e que possibilitam ao produtor se planejar melhor”, afirmou.
Em ação recente, no final de maio, o CNC, em parceria com o Inmet, emitiu um alerta antecipando para os cafeicultores a possibilidade de geada, o que acabou se confirmando, mas sem grandes perdas no café.
O webinar está disponível no YouTube. Clique aqui para assistir.