A 24ª edição da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé), em Araguari, Cerrado de Minas Gerais, começou ontem (19). Na abertura, o presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), Cláudio Morales, destacou que o café é um bem material precioso do País, não só pelo que representa para a economia, mas também porque faz parte da tradição do brasileiro. “Temos a necessidade de nos atualizar e investir na lavoura e nas técnicas de manejo, o que vem ao ponto de uma cafeicultura mais sustentável e preparada para atender principalmente os desafios em relação à demanda global desta bebida. Por isso, hoje temos a honra de realizar mais uma edição deste evento tão relevante para a cafeicultura nacional”, enfatizou.
O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Breno Mesquita, participou da feira e ouviu as reivindicações dos produtores para o planejamento a médio e longo prazo. “Cada região tem sua peculiaridade. E a ideia de abrirmos para questionamento é colher o gargalo de cada região de Minas e levar suas demandas aos governos, ouvindo o produtor, a cafeicultura”, explica.
Segundo Breno, isso ajuda nos termos da política. “Foram direcionados cerca de R$ 40 milhões de recursos do Fundo Nacional do Café (Funcafé) para pesquisa, mas somente R$ 9 milhões foram liberados, o restante foi contingenciado. Existem inúmeros projetos que resolveriam nossos problemas, mas que não saem do papel, porque os recursos são limitados”, enfatiza.
A produtora de café Marcia, de Monte Carmelo, reclamou da cobrança de ICMS, Pis/Pasep e Confins sobre os combustíveis e energia elétrica. Ela explica que as altas taxas afetam diretamente o custo de produção. “Uma redução nestes impostos ajudaria e muito no custo final da saca do grão”, destaca. Em resposta, Mesquita afirmou que a questão tributária impacta diretamente no custo da produção e que a Faemg trabalha para buscar melhorias e soluções em relação a isso.
Mesquita explicou que as questões levantadas na Fenicafé fará parte de um documento que sintetiza as demandas dos produtores de todas as regiões produtoras de café de Minas, que vai ser formalizado e entregue até abril à Ministra de Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.
A Fenicafé tem o objetivo de aprimorar a produção no campo e é referência para o produtor que busca qualidade na produção. A feira agrega também mais dois outros eventos: o 24º Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada e a 21ª Feira de Irrigação em Café do Brasil, que tem por objetivo a discussão e a divulgação de técnicas e pesquisas relacionadas à cafeicultura irrigada. O evento segue até quinta-feira (21) em Araguari, no Triângulo Mineiro. Mais informações podem ser obtidas através do site.
As informações são da agência SAFRAS.