A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) realizou ontem (20) o I Fórum Técnico Café e Clima. Na ocasião, profissionais puderam discutir sobre a instabilidade climática e apresentar a preocupação já com a próxima safra 2020/2021.
Foto: Taila Soares
Desde dezembro de 2018 o clima apresenta variações, afetando os cafezais por conta das chuvas irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas fora de época. A exposição das lavouras a uma grande amplitude térmica, cujas temperaturas mínima e máxima registraram 14 e 36 graus, também comprometeu o metabolismo das plantas.
A palestra de Éder Ribeiro dos Santos, coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, abordou as condições e o comportamento da plantação no período entre setembro de 2018 e abril de 2019. De acordo com ele, as principais ocorrências registradas na área de ação da cooperativa foram florada antecipada e temperatura acima da média, que culminou com uma seca prolongada durante o mês de janeiro de 2019, mas que foi seguido por um período chuvoso e de alta nebulosidade em fevereiro deste ano.
Segundo Éder, as principais causas de quebra de produtividade na cafeicultura se devem 56% à deficiência hídrica, 17% excesso hídrico e 14% a temperaturas adversas, que juntos correspondem a 87% dos fatores de influência na produção.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, afirma que mesmo com o levantamento técnico realizado na área de ação da Cooxupé ao longo desses meses, não é possível falar em números sobre os impactos na safra do próximo ano, mas que a colheita pode ser no máximo igual à de 2018.
“Até o momento, estamos com a produção de nossa área 95% colhida e recebemos, de cooperados e terceiros, 4,144 milhões de sacas de café arábica. Nossas expectativas gerais eram de 5,7 milhões de sacas e, certamente, não alcançaremos esta meta”, revela o presidente da Cooxupé. Em 2018, a cooperativa recebeu 6,451 milhões de sacas.
O Fórum Técnico contou também com as palestras “Considerações sobre o comportamento do clima para a safra de 2020”, ministrada pelo climatologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Francisco Assis Diniz; “Resposta do cafeeiro frente às incertezas climáticas – Análise de Cenários”, proferida pelo docente da Universidade Federal de LAVRAS, José Donizete Alves; e “Agricultura, Agricultores e Preservação Ambiental”, realizada pelo chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo Eduardo Miranda, que destacou o papel dos agricultores brasileiros na preservação da vegetação nativa.
As informações são da Cooxupé/ Phábrica de Ideias.