Na última semana, o Governo de Rondônia, por meio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), promoveu treinamento sobre o currículo de sustentabilidade do café voltado aos extensionistas da entidade, que contou com a parceria da Plataforma Global Café, associação internacional composta por membros de todos os segmentos da cadeia produtiva do café. A capacitação foi ministrada por técnicos da Plataforma.
A intenção do treinamento foi de atualizar e nivelar informações junto aos extensionistas para que eles possam levar as orientações aos cafeicultores de suas regiões e ainda conscientizar e cadastrar produtores rurais para produção de um café de qualidade e sustentável, criando um setor cafeeiro que ofereça condições de vida e trabalho aos agricultores e assegure a permanência na atividade, ao mesmo tempo em que protegem os recursos naturais.
A Emater espera uma efetiva melhora no preço do produto e na vida do produtor rural e, em longo prazo, consolidar uma cadeia sustentável da cafeicultura, apresentando o café de Rondônia para o mundo, como um café verdadeiramente de qualidade e sustentável.
Nos últimos cinco anos, a Emater tem levado essa proposta aos cafeicultores rondonienses e a adesão vem sendo cada vez maior. O responsável pela área vegetal na Emater, Fausto Lima Farias de Souza, explica que já é possível observar as melhorias obtidas junto aos produtores rurais assistidos e cita a indicação geográfica como um dos principais resultados obtidos com o incremento da Plataforma Global do café no estado. “Hoje, os cafeicultores já estão aderindo às práticas mais sustentáveis e se preocupam em colher o café na cereja, melhorando cada vez mais o café produzido em Rondônia”.
A indicação geográfica é um ativo de propriedade industrial que identifica a origem do produto, dando a ele a característica de um produto de qualidade e sustentabilidade reconhecidas.
Recentemente, os cafés produzidos na região das Matas de Rondônia, que é formado pela circunvizinhança da região de Rolim de Moura, Cacoal e parte do Vale do Guaporé, receberam o selo, garantindo aos agricultores a possibilidade de comercializar competitivamente em novos mercados. Mas para que se possa manter essa qualificação, é preciso que cada produtor tenha todos os itens constantes do currículo de sustentabilidade. “São mais de 100 itens relacionados”, explica Fausto.
A projeção do café de Rondônia tem muito a ver com o investimento que o Governo vem fazendo desde que deu início ao programa de recuperação da lavoura cafeeira até os incentivos, por meio dos programas e projetos de políticas públicas de desenvolvimento rural, que são oferecidos para os agricultores.
São programas como o “Pra Café”, de armazenamento de grãos de café; e o “Plante Mais”, que distribui mudas qualificadas aos interessados no cultivo da cultura; a viabilização de crédito rural específico por meio de linhas como do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que financia o custo do café, incluindo a colheita, compra de insumos, mão de obra e estocagem, e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), além das orientações técnicas e assistência da Emater e do incentivo pelo Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café do Rondônia, o Concafé.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rondônia conta com pouco mais de 60 mil hectares de café plantado, com produção de dois milhões de sacas e produtividade em torno de 37 sacas por hectares (estes últimos são dados extraídos da Emater). São números que colocam Rondônia como o 5º maior produtor e de café e o 2º maior produtor de robusta no Brasil, mas a meta é melhorar ainda mais, aumentado a produção e o número de cafeicultores no estado.
As informações são do Secom Governo do Estado de Rondônia.