Neste mês, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu uma tese intitulada “Os efeitos dos fatores institucionais sobre o desenvolvimento das economias cafeeiras”, de autoria de Eduardo Cesar Silva e orientação do professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior. O estudo tem como objetivo mostrar que fatores institucionais, como legislação e costumes de um país, podem exercer influência sobre as relações econômicas.
No estudo, foram analisadas as séries de exportação de 16 países produtores (Colômbia, Venezuela, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Congo, Costa do Marfim, Etiópia, Madagascar, Quênia, Tanzânia, Uganda, Índia, Indonésia e Vietnã) e as séries de produção de cinco estados brasileiros (Bahia, Paraná, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais).
Segundo as pesquisas, em determinados momentos e circunstâncias, fatores institucionais causaram mudanças na estrutura das séries de exportação e produção. “Foi possível comprovar que a instabilidade política afeta negativamente a exportação de café. Programas governamentais de expansão da área cultivada foram responsáveis pela consolidação de algumas das principais regiões produtoras de café atualmente”, concluiu Eduardo.
De acordo com o pesquisador, a situação precária em muitas comunidades das nações analisadas pode ser causada pela estrutura da cadeia produtiva, muitas vezes marcada pelo poder de mercado de algumas poucas empresas de exportação, importação e torrefação, que deprimem os preços pagos pelos grãos. “Os resultados atestam que o ambiente institucional pode ser o fator preponderante, indicando um novo caminho: como construí-lo de forma inclusiva para que fomente o desenvolvimento não só da cafeicultura, mas da economia”, disse.
Sobre a análise feita nos estados brasileiros, a tese mostra que os programas de renovação e ampliação das lavouras, realizados durante as décadas de 1960 e 1970, tiveram grande impacto sobre a produção das principais regiões cafeeiras do País. Minas Gerais e Espírito Santo foram quem mais se beneficiaram dessas iniciativas e das novas tecnologias desenvolvidas.
Como resultado, Eduardo concluiu que um ambiente institucional estável e inclusivo pode gerar segurança aos cafeicultores, resultando em um maior desenvolvimento da cafeicultura.
As informações são do estudo “Os efeitos dos fatores institucionais sobre o desenvolvimento das economias cafeeiras”.