O 3º Boletim da Safra de Café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que o Espírito Santo irá produzir 33% a menos de café arábica para a safra 2019/2020, quando comparado com a anterior.
Segundo o estudo, aproximadamente 75% dos 152,1 mil hectares destinados à produção no estado já foram colhidos. A área de colheita deste ano está menor do que a de 2018 (156,6 mil hectares). Já a área em formação passou de 14,5 mil hectares, em 2018, para 11,6 mil hectares neste ano.
A área de plantio do grão na região Sul do Espírito Santo enfrentou as mudanças climáticas e a área de colheita diminuiu. Dos 535,2 mil pés de café que estavam em produção no ano passado, 519,8 mil permanecem neste ano. Já os pés em formação passaram de 59 mil para 47,2 mil, redução de 20%.
A união desses fatores fez a produtividade do café despencar 31%. Em 2018, o produtor conseguiu colher 30,34 sacas por hectare. Já neste ano, a média passou para 20,73 sacas por hectare.
"A nova divulgação da Conab corrigiu os números divulgados no início do ano, que eram muito maiores. O café arábica está diante de uma safra quebrada (menor) por conta da situação climática que enfrentou no início do ano. Já o canéfora (conilon) não foi tão impactado e terá uma colheita de 10,3 milhões de sacas no estado, segundo a Conab”, aponta Edimilson Calegari, gerente comercial de café da Cooperativa Agraria dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha (Cooabriel), em entrevista para a Gazeta Online.
Em relação aos preços, o especialista do Mercado de Café da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), João Elvídio Galimberti, acredita que as cotações do arábica na Bolsa de Nova York devam se manter voláteis nos próximos meses.
João acredita que entre os motivos que causaram a desvalorização do café no mercado internacional, está o superávit da produção global na safra passada (2018/2019) no Brasil e no Vietnã.
“Soma-se a isso a expectativa de uma boa oferta vietnamita em 2019/20 e brasileira em 2020/21, que limitam uma melhora acentuada nos preços. Apesar de falarmos de safras futuras (que em nossa avaliação é muito prematuro, principalmente de devido a fatores climáticos), são estes os elementos com que trabalhamos no mercado”, explica Galimberti.
As informações são da Gazeta Online.