Ao longo da Expocafé 2019, que acontece até hoje (17) no Campo Experimental da Epamig, em Três Pontas (MG), foi realizado o Simpósio da Cafeicultura Sustentável. Promovido pela Universidade Federal de Lavas (Ufla), em parceria com a Epamig, Emater-MG, Cocatrel e a União Cooperativa de Agropecuária Sul de Minas (Unicoop), o simpósio apresentou resultados e discutiu, durante os dois dias, as tecnologias que podem trazer benefícios ambientais e socioeconômicos.
Técnicas como o controle biológico de pragas e doenças nas lavouras, a remineralização do solo por meio da rochagem e o uso de plantas de cobertura para o manejo do solo já vêm sendo usado por produtores e os resultados foram apresentados durante o simpósio. “A realização deste simpósio foi uma demanda dos próprios cafeicultores e foi um desafio gratificante, especialmente neste momento difícil pelo qual passa a cafeicultura, onde os preços pagos ao produtor estão abaixo dos custos de produção”, afirma o professor do Departamento de Fitopatologia da UFLA e membro da comissão organizadora do simpósio, Flávio Henrique Vasconcelos de Medeiros.
Segundo o pesquisador, a cafeicultura precisa reinventar valores para a redução dos custos e a sustentabilidade da agricultura é um caminho viável também para as culturas perenes como o café, que pode servir de exemplo para outros cultivos, como a fruticultura, por exemplo. “A cafeicultura sustentável é um futuro promissor, que já é realidade para alguns produtores. Que este simpósio seja a semente para essa transformação que almejamos: redução de custos, produção econômica e socioambiental correta e a oferta de produtos de qualidade e com segurança ao consumidor”, afirma Flávio.
A mulher na cafeicultura sustentável
A mulher está cada vez mais presente na produção do café, ocupando os espaços em todos os cargos e segmentos do agronegócio. Para explicar um pouco do processo na gestão das fazendas Caxambu e Aracaçu, Carmem Lúcia Chaves de Brito, atual Presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), participou do Simpósio para contar sobre o que chama de abordagem holística do sistema de produção: cuidar do solo, valorizar a equipe e os parceiros do seu negócio e adotar práticas sustentáveis na condução das lavouras de café. “Se queremos ter longevidade em nosso empreendimento, ele tem que ser sustentável e comprometido com os pilares ambientais e sociais. Temos que cuidar da terra, que é o substrato para a nossa existência e o lucro é consequência desse posicionamento de cultura regenerativa para o meio ambiente”, afirma.
Localizadas no município de Três Pontas, as duas propriedades são vizinhas e somam 210 hectares, voltados para a produção de cafés especiais. Quando essa decisão foi tomada, 11 anos atrás, a cafeicultura passava por dificuldades semelhantes à realidade atual, com preços baixos e apreensão dos produtores. “Foi exatamente esse cenário que me motivou a tomar o caminho da sustentabilidade. Isso não custa dinheiro, custa acreditar e querer construir uma nova identidade para o negócio. É essa narrativa de cafés sustentáveis que temos que levar para o mundo”, conta.
As informações são da Epamig.