O georreferenciamento é um procedimento em que são feitas medições do imóvel, utilizando inclusive vistas aéreas, de acordo com o Sistema Geodésico Brasileiro, conforme parâmetros estabelecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A demanda é objetivo do setor de café do Brasil há algum tempo e visa reunir dados mais precisos de produção e estoque. Com esse objetivo, lideranças do setor tem se articulado para definir a verba e maneira de concretizar o georreferenciamento do parque cafeeiro nacional.
Segundo do Conselho Nacional do Café (CNC), desde abril deste ano os debates vem ocorrendo para delinear uma estratégia que possibilite a obtenção dos números cafeeiros por meio de levantamentos mais confiáveis, via investimento em tecnologia e satélites têm sido feitos.
Foto: Alexia Santi/agencia ophelia / Café Editora
Nesta sexta-feira (2/12), o deputado Evair de Melo (PV/ES) divulgou que oficializou ao relator-geral do Orçamento 2017, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), a inclusão de R$ 10 milhões na Lei de Orçamento Anual (LOA) para contratação do Projeto de Mapeamento e Georreferenciamento do Parque Cafeeiro do Brasil. “Esse trabalho é fundamental para termos uma radiografia completa da produção cafeeira do país e de cada Estado. Somos o maior produtor de café do mundo e ainda não temos ferramentas que nos apresentem dados e estatísticas reais de nosso setor. Com os recursos pleiteados poderemos contratar o projeto e definitivamente nos modernizarmos”, destaca o deputado Evair.
“Ao longo do ano, coordenamos uma chamada de projetos – apresentados por empresas e instituições de pesquisas –, que foram levados ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) para a definição do melhor referencial técnico para a obtenção das informações geográficas e produtivas do parque cafeeiro, definindo, de fato, quantos somos, onde estamos, qual a idade das lavouras e o quanto produzimos”, pontou o Conselho Nacional do Café (CNC) em seu Balanço, nesta sexta-feira (2/12).
O Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CDPC já havia incumbido a Embrapa Café de realizar a contratação do mapeamento do parque cafeeiro nacional, com base em um termo de referência trabalhado em conjunto pelas entidades pertencentes a esse fórum, de acordo com o CNC. No entanto, para a execução do projeto, é necessário que sejam adicionados R$ 10 milhões aos recursos destinados para o plano orçamentário de Pesquisa e Desenvolvimento em Cafeicultura, oriundos do Funcafé.
Em contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 22 de agosto, o CNC pediu que fossem incluídos na Proposta da Lei Orçamentária Anual para 2017 – PLOA 2017 os recursos para a execução desse projeto. De acordo com o CNC, em 21 de novembro, o ministro Blairo Maggi retornou o contato, por meio do Ofício nº 541/2016/GM-MAPA, comunicando que os recursos solicitados pelo CNC foram sugeridos pelo Mapa para inclusão na Proposta da Lei Orçamentária Anual.
Ainda nessa linha, no dia 18 de novembro, em conjunto com as demais entidades do setor privado, o CNC encaminhou ofícios ao senador Eduardo Braga, relator-geral do Orçamento para 2017, e ao deputado Adelmo Leão, relator setorial, na Área Temática V – Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Agrário, do Orçamento para o ano que vem, solicitando a ampliação dos recursos do Funcafé na Lei Orçamentária para contratação e execução do projeto de Mapeamento e Georreferenciamento do Parque Cafeeiro.
Ao conhecer a realidade do parque cafeeiro nacional, será possível minimizar quase a zero as especulações, principalmente quando à produção e estoques. “Nosso Espírito Santo, antes dessa seca severa, era responsável por cerca de 10% da produção mundial e isso é muita coisa. Se esse trabalho já existisse, hoje não iríamos estar sem saber a realidade da produção de café e a quantidade armazenada e isso impediria esse movimento descabido de importar café verde”, completa o parlamentar capixaba.