Setor cafeeiro da Colômbia economiza 850 milhões de litros de água por ano

A partir da análise de uma amostra de 66 mil fazendas, o Centro Nacional de Pesquisa Cafeeira (Cenicafé), braço científico da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), divulgou resultados que mostram que o setor cafeeiro da Colômbia economiza 580 milhões de litros de água por ano.

Realizada entre 2016 e 2017, a amostragem mostrou que o desenvolvimento de novas tecnologias e métodos mais eficientes de benefício de café tem contribuído para a substancial economia de água.

Atualmente, mais de 30% das fazendas de café são ecológicas e mais de 50% estão em transição para esse perfil. Assim, cada vez mais produtores estão seguindo práticas de benefício ecológico do grão, o que implica deixar para trás a maneira tradicional de lavagem, como a pista, e começar a utilizar métodos como tanques ou técnicas de última geração.

Um trabalho constante para economizar água
Desde o início, a cafeicultura colombiana tem utilizado o método tradicional de lavagem do grão, que utiliza uma média de 40 litros de água por quilo de café pergaminho seco.

Gradualmente, outros métodos que consomem menos água começaram a ser usados, como extração da polpa sem água; transporte de polpa sem água; e lavagem e classificação com tanque.

Na década de 90, o Cenicafé começou a desenvolver tecnologias que representam uma economia mais substancial de água para lavar o café. Em 1993, promoveu o uso do tanque, que permite lavar e classificar o café no mesmo tanque de fermentação usando até 4 litros de água por kg de café pergaminho seco (isto é, 10 vezes menos do que com o método tradicional).

Em 1995, o Cenicafé disponibilizou o equipamento Becolsub aos produtores que consumiam de 0,7 a 1 litro de água por kg de café pergaminho seco, com redução da contaminação por descargas entre 90 e 91%. A tecnologia da Becolsub foi reconhecida com o Prêmio Planeta Azul 1996-1997, na Expo Hannover 2000, e com menção honrosa do Prêmio Alejandro Ángel Escobar, em 2000.

Mais recentemente, a FNC, graças ao trabalho constante do Cenicafé, lançou a tecnologia Ecomill (patenteada e fabricada em três modelos: com capacidade para 500, 1.500 e 3.000 kg de café lavado por hora). O método consome apenas entre 0,35 e 0,5 litros de água por kg de café pergaminho seco e também reduz a poluição a 100%, aplicando a água resultante na mesma fazenda de café.

Projetos ambiciosos acentuam a economia de água
Por outro lado, projetos de grande escala, como Manos al Agua, implementados pela FNC como parte de uma parceria público-privada com a cooperação holandesa, as empresas Nestlé e Nespresso e o governo colombiano, contribuíram para uma melhor gestão dos recursos hídricos nas regiões cafeeiras.

Manos al Agua foi implantado em 25 microbacias do mesmo número de municípios, nos departamentos de Antioquia, Caldas, Cauca, Nariño e Valle del Cauca. A iniciativa beneficiou várias fazendas, com economizadores de água, recursos ecológicos e sistemas de tratamento de águas residuais, entre outras intervenções.

As informações são da FNC / Tradução Juliana Santin