O Senar Nacional está adequando o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) para fortalecer seu atendimento remoto, por conta da pandemia da covid-19 (coronavírus). Uma webconferência, realizada na última semana, reuniu gestores do programa nas regionais do Senar em todo País e revelou dados do atendimento do programa durante a pandemia, mostrando algumas diretrizes para que supervisores, técnicos e produtores possam ser preparados para essa nova realidade.
Pelo Senar Minas participaram o superintendente Christiano Nascif; o coordenador de Formação Profissional Rural (FPR), Luiz Ronilson Araújo Paiva; e os analistas de FPR da regional mineira, Harrison Belico, Luiz Felipe Carvalho e Ricardo Tuller. Em Minas Gerais, o Programa ATeG ofereceu atendimento remoto assim que a pandemia se consolidou e condicionou as visitas presenciais à anuência de produtor e técnico de campo, dentro das normas de segurança estabelecidas pelas autoridades em saúde. Cerca de 25% dos assistidos preferiu o atendimento virtual.
A diretora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Nacional, Andréa Barbosa, explicou que as respostas ao atendimento remoto têm sido muito positivas. Ela também informou que a entidade está estruturando uma metodologia para aprimorar o atendimento virtual do Programa ATeG para que ele possa assistir aos diferentes perfis de produtores. Uma série de vídeos também está sendo preparada com esse propósito.
Dados apresentados na reunião mostraram que mais de 70% das regionais do Senar estão realizando algum atendimento virtual (telefone, WhatsApp e e-mail), apesar da internet no meio rural ainda ser um desafio. De acordo com o último Censo Agropecuário (2017), mais de 70% das propriedades rurais não possuem conexão, são mais de 3 milhões de fazendas sem qualquer sinal de internet.
Para fazer frente a esses dados, a entidade estuda usar ferramentas que o produtor já conheça e já utilize, sem ônus – quaisquer melhorias devem ser uma decisão do produtor, afirmou Andréa. Além disso, as soluções devem oferecer segurança aos dados dos usuários. Outra linha é explorar melhor e customizar ferramentas tecnológicas que já existem, como acrescentou o coordenador de Inovação do Sistema CNA/Senar, Matheus Ferreira.
Para o superintendente Christiano Nascif, é preciso ter atenção com a qualidade e a consistência dos dados colhidos de forma virtual. Se isso puder ser garantido, a confiabilidade no atendimento remoto do ATeG aumenta. O gestor também aponta a necessidade de capacitar técnicos nesse modelo para trabalhar o perfil do produtor já direcionando para essa realidade.
“Essa mudança abre ainda a possibilidade de trabalhar a sucessão familiar, pois o uso das novas tecnologias traz o ganho indireto de engajar o jovem”, avalia Nascif. “As novas tecnologias são interessantes, mas não devemos abrir mão da visita presencial. Ela é importante para fidelizar o produtor e criar um laço de confiança com ele”, ponderou.