Com os acontecimentos na última semana por conta do covid-19 (coronavírus), a FecomercioSP, que reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo, tem acompanhado os impactos em diversas áreas. O Conselho de Relações Internacionais da Entidade conversou com os associados e empresários do setor para entender como a operação de comércio exterior tem sido afetada. Algumas empresas já adiaram o envio de cargas para a China e outras estão renegociando contratos de importação em decorrência da valorização do dólar.
Dados divulgados pelo Ministério da Economia apontam queda de 20% na média das exportações diárias na segunda semana de março em relação à semana anterior (de US$ 962 milhões para US$ 770 milhões), motivadas pelo recuo das exportações dos três grupos de produtos: semimanufaturados (-33,9%), básicos (-21,5%) e manufaturados (-11,6%). Nessa mesma base de comparação, as importações recuaram 7,6%.
A Instituição explica que o dólar alto não beneficia totalmente as exportações, pois, excetuando-se as commodities que têm os preços definidos no mercado internacional, as instabilidades no mercado de câmbio dificultam as negociações, já que os compradores, cientes da desvalorização da moeda e dos ganhos do exportador, pedem desconto. Além disso, produtos manufaturados têm parte dos componentes importados e a alta do dólar é repassada ao preço final do produto.
A FecomercioSP enfatiza que o momento é de muita cautela, sendo necessário acompanhar como os mercados brasileiro e internacional se comportam durante a crise. Os empresários devem evitar assumir novas dívidas ou compromissos e focar na administração de recursos e na renegociação com fornecedores. Além disso, em razão dos abalos nos caixas das empresas ao redor do mundo, é fundamental que os exportadores estejam atentos e exijam garantias bancárias para o envio dos produtos, a fim de evitar prejuízos futuros pelo não pagamento.