Em aproximadamente um mês deve começar a colheita da safra mineira. Os trabalhos nas Matas de Minas devem se iniciar agora em abril, por conta das condições climáticas favoráveis ao grão. Já nas demais regiões como Sul e áreas do Cerrado, a etapa deve acontecer mais para o final de maio.
Mesmo em situação adversa com a queda mundial nos preços, houve certa recuperação. “O preço encontra-se em condições suportáveis e o ano passado correu bem em termos de clima”, admite Niwton Castro Moraes, assessor especial da cafeicultura da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Esse é um período em que a planta conclui o enchimento dos grãos, ganhando mais densidade, e entra no processo de maturação. A preocupação de parte do setor, segundo Niwton, é de que a quarentena do coronavírus se prolongue por mais tempo, podendo interferir no deslocamento de mão de obra na colheita. “As regiões mais acidentadas, como na Zona da Mata ou Sul, o café é praticamente todo colhido manualmente. As informações que viemos recebendo das autoridades sanitárias sinalizam a possibilidade de afrouxamento das medidas restritivas nos próximos dias, mas, caso não ocorra, poderemos enfrentar alguns problemas, como a restrição de transporte coletivo nas estradas e fechamentos das fronteiras entre municípios, já que a mão é sazonal e se desloca entre regiões”, reconhece. Situação contrária das plantações no Cerrado, que é praticamente toda mecanizada.
Entretanto, ele acredita que a situação esteja mais flexível até lá, mas, caso sejam prolongadas as medidas restritivas, Niwton diz que a sugestão é que o produtor atrase um pouco a colheita. “O café não é produto altamente perecível e pode aguardar uns dias mais sem prejuízo na qualidade. Se permanecer a situação, as medidas de proteção contra o covid-19 devem ser obedecidas, garantindo o transporte dos trabalhadores rurais e de sua saúde”, defende.
As informações são do Estado de Minas.