Em meio a exigências cada vez maiores para que produtores se integrem a sustentabilidade ambiental e econômica, as empresas de maquinários para cafeicultura tem entrado na disputa por novos modelos que facilitem esse objetivo. Da despolpa a secagem, a empresa Palini & Alves optou por investir em novos formatos de seus equipamentos nos últimos anos.
A empresa desenvolveu um secador estático e um despolpador que não utiliza água em seu processo. Para chegar ao resultado, foram realizados testes na safra 2015 e 2016, no Cerrado Mineiro e Sul de Minas. Os lançamentos foram realizados em agosto deste ano, em um dia de campo no município de Albertina (MG).
Os modelos foram expostos, também, durante a 1ª Feira de Negócios Cocatrel Minasul, em Três Pontas (MG), nos dias 5, 6 e 7 de setembro. De acordo com a empresa, a demanda pelos produtos já vinha de alguns anos e os equipamentos vêm sendo bem recebidos no mercado. O intuito do evento, realizado pela primeira vez entre as duas cooperativas, foi fomentar a comercialização de produtos que giram em torno da cultura do café. Uma das formas de incentivo foi a possibilidade de negociação em barter (troca equipamentos e outros produtos por sacas de café).
Secador Estático
Movido à lenha ou à palha, o Secado Estático Palini & Alves permite, segundo a empresa, eliminar a necessidade de movimentação dos grãos durante o processo, por isso, consegue trabalhar com qualquer grau de umidade e qualquer estado de maturação. O fator permite que o café seja levado diretamente para a máquina, sem precisar passar pela pré-secagem no terreiro.
“O resultado é a redução de custos, tanto no uso de mão-de-obra como em seu baixo consumo de energia”, afirma a Palini. O modelo permite flexibilidade em termos de volume, atendendo a diversos portes de produção na cafeicultura. Para atingir, também, o público de pequenos produtores, o maquinário possui capacidade para secar de 4.000 litros a 32.000 litros de café.
Atuando em conjunto com os secadores rotativos, o Secador Estático permite o controle total da temperatura e da umidade em todo o processo de secagem, aumentando a possibilidade de alcançar cafés de qualidade superior. O equipamento inclui a fornalha de fogo indireto, o alimentador de palha automático, e o ventilador tipo turbina.
Segundo a empresa, o novo modelo dispensa obra civil para sua instalação e possui sistemas de descarga: manual ou basculamento hidráulico; além de sistema de transporte (após basculamento): transporte por roscas transportadoras ou transportador de correias e painel de comando elétrico (opcional). O investimento varia de R$ 20 mil a R$ 60 mil.
Despolpador EcoZero
No quesito sustentabilidade ambiental, as máquinas de despolpar café tem sido um dos equipamentos mais visados na busca por melhorias. Os primeiros modelos utilizavam altos níveis de água por litro de café despolpado.
A busca da Palini pela redução da água já vem de alguns anos. O último despolpador já utilizava apenas 200ml de água por litro de café. Porém, foi no novo modelo, batizado de Despolpador EcoZero, que a empresa atingiu o objetivo de não utilizar nenhuma água e, consequentemente, não gerar água residuária no pós-colheita.
“É uma demanda dos compradores internacionais e é, além de tudo, uma responsabilidade socioambiental que o produtor brasileiro deve encarar. No centro das preocupações ambientais está o uso da água. Cada vez mais escassa, seu uso no processamento pós-colheita de café gera impactos no meio-ambiente”, pontuou a empresa.
Ainda segundo a Palini, a máquina é ajustável a diversos tipos de estágios de maturação dos cafés. O equipamento foi lançado em opções com capacidade para 6 mil litros de café e para 12 mil litros do grão. O investimento varia de R$30 mil a R$40 mil, de acordo com a capacidade do despolpador.