O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) se uniram com o intuito de difundir o programa Certifica Minas e, para isso, lançaram duas cartilhas, uma delas com informações sobre o Certifica Minas Cachaça e a outra sobre todos os 14 escopos existentes: café, algodão, azeite, cachaça, carne bovina, frango caipira, frutas, hortaliças, leite, mel, orgânicos, ovo caipira, produtos vegetais sem agrotóxicos (SAT) e queijo minas artesanal.
As cartilhas apresentam as vantagens do consumo destes produtos certificados e também da adesão dos produtores ao programa, além de orientações sobre o processo de obtenção dos selos. O gerente de certificação do IMA, Rogério Fernandes, explica que os principais benefícios aos produtores são a melhoria na organização e gestão da propriedade. Você pode acessá-las clicando aqui e aqui.
“Ao se adequar às normas da certificação, o produtor se torna muito mais eficiente, organizado e competitivo. Isso é claro, além da diferenciação do produto, pois o selo mostra para o consumidor que aquele produtor se preocupa, por exemplo, com a preservação do meio ambiente. A sustentabilidade está muito arraigada em todos os produtos da certificação, e isso é algo que vem sendo demandado pelo mercado”, pontua Fernandes.
O gerente de certificação do IMA conta, ainda, que cada produto possui suas particularidades e, por isso, nos próximos dois meses, devem ser lançadas cartilhas individuais, como a da Cachaça, para cada um. “O Certifica Minas Cachaça, por exemplo, se destaca pelas normas mais voltadas para a agroindústria, como a questão de estrutura, higiene, boas práticas e, até mesmo, análises laboratoriais. Neste escopo, são diversos os parâmetros que precisam ser avaliados para a segurança do consumidor”, completa.
Carlos Eduardo Bovo, superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, lembra que o Certifica Minas é uma política pública, criada por lei estadual. “É uma forma de inclusão, já que a certificação está acessível sem custo algum para os agricultores familiares que recebem a assistência da Emater-MG. Já os médios e grandes produtores contam com um subsídio no custo da auditoria, que varia de acordo com o tamanho da propriedade. Eles pagam uma taxa que equivale a cerca de 10% do preço de uma certificação convencional”, argumenta.
O Certifica Minas ainda garante que o público em geral tenha acesso a produtos de qualidade, sustentáveis, com boas práticas de produção e que seguem as orientações técnicas adequadas. “Ao ver o selo na embalagem, o consumidor sabe que é um produto que respeita a legislação ambiental, a legislação trabalhista e segue boas práticas de produção. O consumidor sabe de onde vem e como foi feito”, detalha o superintendente.
Produtores e consultora
O produtor de café Antonio Luis Pereira Moreira, de São Miguel do Anta, na Zona da Mata, obteve a certificação em 2010, depois de ser procurado por técnicos da Emater-MG de sua cidade. “Eles falaram que a minha propriedade já se enquadrava em alguns itens para obter o selo e, então, iniciamos o trabalho para preparar tudo para a auditoria. O processo foi simples, é bem tranquilo fazer, principalmente com a orientação dos técnicos sobre as melhorias necessárias”, conta.
Segundo ele, a principal vantagem da certificação é ter controle sobre os custos da propriedade, o que possibilita identificar onde estão os maiores gastos para reduzir o custo de produção. “Aconselho todos os produtores que puderem a fazer parte do Certifica Minas. Com a assistência técnica de qualidade e gratuita, nós conseguimos melhorar a nossa produtividade e agregamos valor ao nosso produto. Este ano, por exemplo, estamos tendo um ágio de R$ 60 sobre a saca de café vendido para uma exportadora”, garante Antonio Luis.
Mírian Xavier, engenheira agrônoma e consultora externa credenciada no Certifica Minas, afirma que o programa é uma excelente opção também para agrônomos e técnicos que buscam se inserir no mercado ou que já realizam consultoria e querem ampliar a atuação.
“O Certifica Minas está muito alinhado às normas da segurança do alimento, ambientais, do Ministério da Agricultura e, consequentemente, com o que o mercado está exigindo. A certificação pode ser implementada de forma muito simples. Falo isso com segurança, pois já ajudei a implantá-la em diversas propriedades. É um processo sem complicação e com muito resultado positivo para todos os envolvidos. Este programa é um orgulho para nós, mineiros, e serve para mostrarmos ao país, e até para fora, o grande potencial que a nossa agricultura e pecuária têm”, avalia a consultora externa.
As informações são da SEAPA – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.