Na última quinta-feira (10), a consultoria Safras & Mercado estimou que os estoques finais de cafés brasileiros na temporada 2021/2022 devem ficar em apenas 2,48 milhões de sacas de 60 kg, queda de 57% ante as reservas vistas no fim do ciclo anterior.
A produção nacional deve alcançar 56,5 milhões de sacas, 19% a menos que em 2020/2021, quando o país colheu uma safra recorde de 69,6 milhões de sacas e deixou estoques iniciais de 5,83 milhões de sacas.
“Nem mesmo a recuperação nos estoques ao final da temporada em 2020/2021 foi capaz de atenuar o efeito da quebra da safra brasileira 2021”, disse em nota o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach.
Ele destacou que a projeção para a safra brasileira 2021 foi prejudicada pelo clima irregular nos primeiros meses deste ano, porém, “o efeito da estiagem em abril e boa parte de maio será melhor captado com o andamento da safra e avanço do beneficiamento”, acrescentou.
A consultoria estima as exportações brasileiras da temporada 2021/2022 em 38,35 milhões de sacas, com diminuição de 18% ante o ciclo anterior. Do total, as exportações de café verde devem responder por 34 milhões de sacas, recuo de 20% no ano a ano.
“O tombo no fluxo de embarques não será suficiente para conter o recuo em 57% nos estoques. Isso representa uma relação estoque-consumo de 12%, que confirma o aperto e traz preocupação ao abastecimento, explicando a firmeza dos preços”, destacou.
A consultoria apontou ainda que a colheita da safra 2021/2022 de café chegou a 27% até o dia 8 de junho, um avanço de sete pontos percentuais ante a semana anterior. Os trabalhos estão em linha com o mesmo período do ano passado, mas um pouco atrasados ante a média histórica, de 29%.
Tomando por base a estimativa da Safras & Mercado para a produção de café do Brasil em 2021/2022, de 56,5 milhões de sacas, estariam colhidas 15,52 milhões de sacas até o dia 8 de junho. Barabach afirmou que os trabalhos ganharam mais ritmo, apesar das chuvas ao longo da última semana. “A colheita do café arábica avançou um pouco mais, mesmo assim, de forma bem compassada. O avanço mais expressivo ficou por conta do canéfora (conilon)”, comentou.
A colheita do arábica está em 17%, contra 21% em igual época do ano passado e 23% da média histórica para o período. “A primeira impressão da safra vem sendo bastante positiva, tanto em termo de granação como de bebida. Apesar do otimismo inicial, ainda é cedo para traçar um perfil”, pontuou o consultor.
Já os trabalhos no canéfora (conilon) alcançam 43% da safra. Embora tenham avançado 12 pontos percentuais em comparação à semana anterior, continuam abaixo dos 44% de igual período do ano passado e aquém dos 48% de média dos últimos cinco anos.
As informações são da Reuters.