A corretora e consultoria INTL FCStone afirmou, durante a 8ª edição do Coffee Summit, organizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que o Brasil deve produzir 53 milhões de sacas de 60 quilos de café na safra 2019/2020. Apesar do recuo, a produção ainda será significativa, uma vez que a maior parte das lavouras de café no estado de Minas Gerais, principal produtor, está em boas condições.
Os dados apontam que o café arábica atingirá 36,9 milhões de sacas, enquanto a produção do robusta está prevista em 16,1 milhões de sacas. "A safra brasileira, mesmo em ano negativo do ciclo de produção bienal, será grande. Maior que qualquer outra safra passada em ano de baixa", comentou Fernando Maximiliano, analista de café da FCStone.
Já a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) acredita que a safra na região da cooperativa terá sérios problemas de qualidade, o que poderá diminuir os preços pagos ao produtor.
“Os problemas de qualidade estarão ligados às diversas floradas que tivemos. Estamos colhendo, mas tem muito café no chão e a bebida fica comprometida”, afirmou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Durante o evento, ele comentou que o Brasil não pode produzir menos que 65 milhões de sacas ao ano, considerando o consumo de 22 milhões de sacas e 40 milhões de exportação da última safra. Segundo ele, a cooperativa deverá receber cerca de 4,2 milhões de sacas dos cooperados, um volume semelhante ao de 2017 (ano em que a bienalidade também foi negativa).
Dados da FCStone apontam a produção dos grãos em milhões de sacas por regiões:
ARÁBICA
Sul de Minas – 14,8
Cerrado – 4,9
Zona da Mata – 5,3
São Paulo – 5,1
Espírito Santo – 3,5
Bahia – 1,2
Paraná – 1,1
Outros arábicas – 0,8
CONILON
Espírito Santo – 11,8
Bahia – 1,7
Rondônia – 2,2
Outros conilon – 0,4