Com o intuito de otimizar o rendimento dos grãos conilon (robusta) e melhorar a qualidade da bebida, incluindo estratégias de prevenção contra o coronavírus, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), em parceria com a Embrapa Rondônia e apoio de várias instituições do Estado, disponibilizou a cartilha Robustas Amazônicos – Estratégias para a safra 2020. A publicação traz especificamente orientações sobre colheita, pós-colheita, secagem e armazenamento dos Robustas Amazônicos.
Como uma das medidas iniciais de prevenção da covid-19 (coronavírus), a Cartilha orienta que a colheita dos cafés Robustas Amazônicos comece somente a partir do mês de maio, muito embora a Lei estadual nº 3.516, de 2015, estabeleça 10 de abril como o dia de início da colheita do café no estado de Rondônia. A orientação se baseia no fato de que o atraso no início da colheita não causará prejuízos ao cafeicultor, pois é uma característica da variedade robusta o não desprendimento dos frutos após a maturação.
Ainda com relação aos cuidados que devem ser adotados para evitar o contágio do novo coronavírus, a cartilha estabelece precauções necessárias no campo e no transporte dos trabalhadores. De acordo com as orientações, o veículo deve ser higienizado antes e depois de cada viagem, as janelas devem ser mantidas abertas e o trabalhador deve higienizar as mãos com álcool em gel 70% antes de entrar no veículo, sentando-se a uma distância mínima de um metro e meio de outro trabalhador e usar máscara.
Nos trabalhos no campo, as orientações são para que a divisão dos colhedores seja feita por talhões ou carreiras, mantendo sempre uma distância mínima de um metro e meio entre eles. Objetos pessoais e de trabalho não devem ser compartilhados. Quando houver necessidade de trabalho em equipe, deve-se dar preferência para formá-la com os trabalhadores que já possuam convívio familiar. Incentivar os métodos de higiene pessoal como a lavagem das mãos com água e sabão. Ainda, segundo a cartilha, grupos de risco devem evitar o trabalho no campo e permanecerem em isolamento doméstico.
A publicação orienta iniciar a colheita quando os grãos maduros representarem pelo menos 80% dos frutos totais, de modo a obter maior rendimento na produção e uma bebida de melhor qualidade. Para lavouras clonais, a colheita deve ser feita de maneira separada, iniciando pelos clones mais precoces, seguidos dos intermediários e terminando com os tardios. Após a colheita, os grãos devem ser deixados à sombra e depois lavados para retirada de impurezas e separação dos frutos tipo boia. A secagem deve ser iniciada no mesmo dia.
No que diz respeito à secagem do café, a cartilha traz orientações para diversos sistemas, sendo recomendada a preferência por sistemas naturais, como terreiros suspensos e estufas, que possibilitam a seca mais homogênea, a preservação da integridade física dos grãos e maior qualidade da bebida. A secagem sobre lona é uma alternativa para evitar o contato direto do fruto com o solo nas propriedades que não possuam terreiros suspensos. Caso a secagem seja feita de maneira mecânica, aconselha-se secadores com fogo indireto com a temperatura da massa de grãos não ultrapassando 55° C. A umidade final dos grãos deve ficar entre 11% e 12%. Ao final da secagem é recomendado armazenar os grãos sobre palets em local fresco e protegido da luz e da umidade por pelo menos 15 dias antes do beneficiamento.
A cartilha ainda informa que o Concafé, maior concurso de qualidade e sustentabilidade de café robusta do Brasil, cuja 5ª edição ocorrerá neste ano, distribuirá mais de R$ 250 mil em prêmios em duas categorias: qualidade da bebida do café e sustentabilidade da propriedade cafeeira. O período de inscrição será de 27 de abril a 7 de agosto. O resultado e a premiação ocorrerão no dia 9 de outubro de 2020, na cidade de Cacoal, em Rondônia.
Para mais informações sobre o concurso clique aqui. O conteúdo da cartilha “Robustas Amazônicos – Estratégias para a safra 2020” está disponível aqui.
As informações são da Embrapa Café.