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Relatório mensal da OIC sobre o mercado de café

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 13/02/2013

5 MIN DE LEITURA

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Em janeiro houve uma pequena recuperação dos preços do café, sustentada por preocupações crescentes com o surto de ferrugem do café em toda a América Central. Há notícias de danos maiores ou menores à safra de 2012/13 em todos os principais países produtores da região. Abranda este quadro a perspectiva de uma safra recorde em 2013/14, um ano de baixa no ciclo produtivo bienal brasileiro.

A estimativa inicial da CONAB – a agência do Governo do Brasil responsável pela previsão de safras – é de uma produção de 47 a 50,2 milhões de sacas, exercendo uma pressão baixista sobre o mercado. No ano civil de 2012 o total das exportações alcançou um recorde de 113,1 milhões de sacas, 8,2% acima do total de 2011, devido predominantemente ao embarque de grandes volumes de café Robusta.

Gráfico 1: Preço indicativo composto diário da OIC


Evolução dos preços

No início de janeiro o preço indicativo composto diário da OIC subiu brevemente, de uma baixa de 132,89 centavos de dólar dos EUA por libra?]peso para uma alta de 139,44 centavos; depois, no final do mês, ele retrocedeu a seu nível inicial. A média mensal terminou em 135,38 centavos, 3,1% acima da média de dezembro, mas ainda bem abaixo dos níveis de 2012 (gráfico 1). Os três grupos de Arábicas foram os motores desta evolução. Os preços dos Suaves Colombianos, Outros Suaves e Naturais Brasileiros subiram 2,9%, 3% e 3,2%, respectivamente, mas no final do mês estavam abaixo dos níveis do início. Os preços dos Robustas também subiram no decorrer do mês, e o preço indicativo do grupo ultrapassou brevemente os 100 centavos de dólar dos EUA por libra-peso pela primeira vez desde novembro de 2012, antes de terminarem numa média mensal de 99,69 centavos, 3,2% acima da média de dezembro de 2012 (gráfico 2).

Gráfico 2: Preços indicativos diários dos grupos da OIC



Quanto aos diferenciais de preços, a arbitragem Nova Iorque-Londres aumentou um pouco (+2,8%), passando a 65,44 centavos de dólar dos EUA por libra-peso. Esse nível, entretanto, ainda é de menos da metade do de janeiro de 2012 (gráfico 3). Também aumentaram os diferenciais dos preços indicativos dos três grupos de Arábicas com o dos Robustas.

Gráfico 3: Diferencial entre os preços de futuros de Nova Iorque e Londres



Fatores fundamentais do mercado

O total da produção no ano-safra de 2012/13 no momento é estimado em 144,5 milhões de sacas,correspondendo a um aumento de 7,3% em relação a 2011/12. Nas regiões de cafeicultura do Brasil, algumas semanas de precipitação abaixo da média foram seguidas por períodos de chuva farta em janeiro, um bom presságio para a safra de 2013/14. Em sua estimativa preliminar da safra, a CONAB calculou que ela seria de 47 a 50,2 milhões de sacas, provavelmente um recorde para um ano de baixa no ciclo produtivo bienal do país. O total compreenderia de 35 a 37,5 milhões de sacas de Arábicas, ante 38,3 milhões em 2012/13; e 12 a 12,7 milhões de Conillon, ante 12,5 milhões no ano-safra anterior. Como indica o gráfico 4, as fases do tradicional ciclo produtivo bienal dos Arábicas do Brasil parecem estar convergindo.

Gráfico 4: Produção de Arábicas do Brasil e mudanças percentuais de ano para ano

* Média das estimativas mínimas e máximas

Na América Central, surtos de ferrugem do café foram reportados nos principais países produtores, sem exceção. Na Costa Rica as autoridades declararam um estado de emergência para enfrentar a propagação do fungo. Há notícias de que na Guatemala e em El Salvador a ferrugem pode ter afetado 40 a 50% de todos os cafeeiros; os dois países estão realizando programas para fornecer fungicidas aos cafeicultores. Recentemente a Nicarágua também lançou uma campanha para treinar especialistas e cafeicultores no combate à propagação. Honduras declarou uma emergência fitossanitária. Também se tem notícia de ferrugem em certas partes do México. Os surtos atuais podem ter sérias implicações de longo prazo para a produção de Arábica lavado na América Central, com uma queda potencial da produção regional de 2,5 a 3 milhões de sacas de café. É muito cedo, contudo, para fornecer uma discriminação exata.

Em dezembro de 2012 o total das exportações de todos os países exportadores alcançou 9,4 milhões de sacas, elevando o total exportado nos três primeiros meses do ano cafeeiro de 2012/13 a 28,3 milhões de sacas (quadro 3). Esse volume representa um aumento de 15% em relação ao do mesmo período do ano anterior. Além disso, o total das exportações registrou um volume recorde de 113,1 milhões de sacas em 2012 – o maior de que se tem notícia, e 8,2% acima do volume exportado em 2011. Em 2012 foram particularmente expressivos os embarques de Robustas, que aumentaram 24,2% em relação a 2011.

Como indica o gráfico 6, em 2012 a participação percentual dos Robustas subiu para 41,2%, de 35,9% em 2011. A maior parte desse aumento procede do Vietnã, que em 2012 exportou um volume calculado em 25,5 milhões de sacas, ou seja, 44,1% mais que em 2011; e da Indonésia, que exportou 6,2 milhões de sacas, 80% a mais. O Brasil, a Colômbia e o Peru, por outro lado, exportaram menos que no ano anterior. Respectivamente, seus embarques caíram 15,6% para 28,3 milhões de sacas; 7,3% para 7,1 milhões de sacas; e 8,2% para 4,3 milhões de sacas. Apesar dos embarques expressivos de Robustas nos 12 últimos meses, os estoques certificados da bolsa de futuros de Londres diminuíram.

Em dezembro de 2012, eles consistiam em 1,8 milhão de sacas, em contraste com 4,3 milhões em dezembro de 2011. Já na bolsa de futuros de Nova Iorque, os estoques certificados aumentaram, passando de 1,7 milhão de sacas em dezembro de 2011 a 2,9 milhões em dezembro de 2012 (gráfico 5). Essa tendência dá uma indicação da apetência do mercado por café Robusta.

Gráfico 5: Estoques certificados das bolsas de futuros de Londres e Nova Iorque



O dinamismo das exportações dos países exportadores nestes últimos anos também levou a uma redução de seus estoques iniciais, que no começo do ano-safra de 2012/13 haviam caído para 15,3 milhões de sacas, de 18,2 milhões no ano-safra anterior.

Gráfico 6: Total das exportações de todos os países exportadores, por tipo de café



As informações são da OIC, adaptadas pelo CaféPoint.

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JOSE ROBSON VESCOVI RAMOS

FUNDÃO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/02/2013

Ha um comentario nos meios de comunicação e dos economistas da volta da inflação e alto dos juros  em 2013, com esta noticia quem tiver que pegar algum dinheiro emprestado nos bancos para investir na lavoura que faça logo, e não aceite juros aberto, mas juros fixos porque ai voce sabe o que vai  pagar, e um bom momento e o cafe estocado faça uma poupança dele, pois e dinheiro certo, este preço não vai ficar ai parado como está, os estoques de robusta estão baixos na Europa,e ha pespectiva de alta com volta da inflação. Abraço a todos.
ELMO GUIMARÃES BUENO

CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/02/2013

Nossa preocupação se concentra, neste momento, no clima, pois nossa região está passando por um período de baixo volume de precipitação. Os graos que não caíram, tiveram um desenvolvimento reduzido. Haverá queda de produção.
SAMUEL HENRIQUE FORNARI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 18/02/2013

Concordo Sr. João Carlos... essa história de especuladores é antiga. Não vai acabar. O especulador é um tomador de risco e promove liquidez ao mercado...funciona assim em qualquer mercado.



O problema é que eles se tornaram muito grandes, capazes de distorções grotescas( e ai o estado deve atuar, pois é o único com tamanho suficiente para tal). Mas acredito não ser esse o maior problema.



De qualquer forma, se retirarmos os especuladores( fundos) pode até ser pior.  Ficaríamos de um lado com milhares de produtores desorganizados e enfraquecidos contra 10/12 grandes grupos comerciais bilionários e unidos, dá na mesma!!!  Quem pegou o setor da calça curta não foram os fundos, foram esses grupos comerciais que adiantaram dinheiro fazendo o produtor assumir a entrega de café em data pré determinada. Por isso o colega João Carlos citou que de nada adianta prorrogação desse prazo. Ou diminui a produção, ou diminui a produção, também não vejo outra saída!!!



Emergencialmente acho que o governo deveria atuar em duas pontas, ajudando a diminuir a produção e fazendo opções públicas!!!



Ou o governo se mexe logo, ou vai afetar um setor que afeta milhões de brasileiros.....mais um que o governo PT afunda ( nossa bovespa é a pior do mundo ja refletindo isso em diversos setores como siderurgia, petroquímico, energia entre outros). A marolinha está virando TSUNAMI e essa onda vai quebrar na nossa cabeça!!!



Ah, pra quem acha que eles la fora estão quebrados, bolsas americanas se aproximando de máximas históricas, números bons de empregos tem sido reportados principalmente nos EUA e o Obama já disse que em breve o país voltará a investir forte em infraestrutura. Quem diria, nós que não temos nem saneamento básico, não investimos em infraestrutura e eles.............



Mas temos algo de bom, temos 80% de aprovação de tudo que ai está. Nosso colega Chaves já está se recuperando e em breve formaremos um bloco forte e independente contra um bloco fraco e quebrado que está se formando entre EUA e outros membros da América( menos Brasil , Argentina Venezuela...) e Europa. Mas não precisamos deles, somos o seleiro do mundo, e unindo com mais 3 ou 4 governos populistas da América do sul venceremos!!!! Sei sei.......
WILLIAN JOSÉ GOULART

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/02/2013

Concordo com José Arciso, nós precisamos realmente é de um plano governamental para diversificação da cafeicultura com outros plantios, principalmente nas regiões montanhosas, onde a mecanização é inviável.



Com o treinamento e apoio de técnicos da emater entre outras instituições aqui nas montanhas do sul de Minas dá para produzir vários outros cultivos como palmitos pupunha, coco anão, macadãmia, piscicultura, entre outros que poderiam ajudar a diminuir a oferta de café, e ampliar a de alimentos, gerando mais renda para o produtor e novos empregos. Nós cafeicultores de montanha temos que perder o medo de arriscar em outros empreendimentos, devemos aprender com o próprio mercado de capitais, formando uma carteira diversificada de produtos alimentícios ou não, diminuindo assim o risco de se ter prejuízos. afinal quem colheu 500 sacas de café e está hoje perdendo R$50.000,00 daria para investir em um novo plantio, mesmo que em fase de teste.
JOSE ROBSON VESCOVI RAMOS

FUNDÃO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/02/2013

Esta evidente a crise na Europa e EUA, principais compradores, o dolar esta mal, a economia destes paises em ruina, eles não tem dinheiro para fazer estoques,  as pessoas endividadas e ja começa cair o consumo, não podemos ficar reclamando de uma situação que é mundial, temos que ter outras alternativas neste momento, cuidar de pouco cafe, mas com qualidade, não adianta investir em grande produção pensando que vamos fazer dinheiro, vamos e ter mais custo com isto, portanto vamos baixar a produção e o que produzir agregar valor, esta e nossa saida. Abraço a todos.
FILIPE TERRA

ALFENAS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 15/02/2013

Acredito que se pensarmos somente em produção de café podemos manter os preços firmes e mais estáveis. Equilibraremos consumo nacional e mundial com a nossa produção e assim podemos, talvez controlar mais o mercado.



Por outro lado, se o governo federal não der uma barrada nas especulações nas bolsas de valores, pelo menos nos contratos de café não adiantará de nada fazer levantamentos de safra, consumo, etc.



Com essa última participação de fundos de investimentos nos contratos de café na BM&F, fez com que os valores dos mesmos chegassem às alturas. Quando os fundos de investimentos realizaram seus contratos os valor da saca veio à baixo, coincidindo ainda com crises externas e com previsões de safra astronômicas para um ano baixista.



Com minha pouca experiência, acredito que para haver um mercado mais sadio, investidores que não pertecem ao mercado, não podem ter direito de investir em bolsas de valores de commodities agrícolas. Uma vez que prejudica diretamente o produtor rural.



Mercadorias e Futuros foi uma ferramenta inventada para que o produtor pudesse proteger o valor da sua safra no fim do seu ciclo.

Chega de especuladores no mercado agrícola!
AUGUSTO CARDOSO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/02/2013

Deixo aqui uma pergunta aos amigos do café: se o Brasil é a 6ª maior economia do mundo, porque não consumir o arabica e exportar o robusta? Mudar esse habito dentro de casa não mudaria o mercado mundial?
JOSÉ ESMAR FERREIRA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/02/2013

Está muito difícil e sem perspectivas para todos, mas o médio produtor de café é o mais prejudicado.



O grande tem poder, influência e outros negócios. O pequeno produz para a subsistência.



A Alemanha que não produz sequer um grão de café é o país que mais fatura com o produto apenas processando. Não corre nenhum risco.



Nova York centraliza as diretrizes dos negócios do arábica e Londres as de robusta, basta ver que quando é feriado lá e não aqui, absolutamente nada acontece no mercado.



Somos o maior produtor mundial com mais de um terço da produção de café, mas não temos nenhuma influência nesse cenário.

Tem alguma coisa errada nisso, não?



José Esmar Ferreira
JOSÉ ARCISO FIOROT

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO

EM 14/02/2013

O produtor de café tem que diversificar, implantando outras culturas, pois, sempre que há uma grande oferta, os preços caem.



A lei da oferta e da procura e infalível.



Vamos diversificar !....


JOÃO CARLOS REMÉDIO

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/02/2013

continuando... O governo brasileiro nada têm feito para evitar esse derretimento nos preços do café, não demonstra nenhum interesse pelo setor. O que vem acontecendo são as prorrogações das dívidas, o que de certo modo também contribui para o relaxamento dos preços. O que precisamos é de preço remunerador para o café, caso contrário, o cafeicultor se endividará ainda mais e não terá condições de honrar seus compromissos.



Produzir café para vender a R$300 a saca, já está dando um prejuízo de no mínimo R$100 por saca, principalmente na região de montanha. É só fazer as contas... Lancei uma campanha (https://www.cafepoint.com.br/cadeia-produtiva/giro-de-noticias/campanha-para-suporte-ao-cafeicultor-que-queira-sair-da-atividade-82044n.aspx*) que até certo ponto parece uma loucura, mas, com essa insanidade toda que estamos vivendo, parece ser um remédio mesmo que só sintomático, em que o governo brasileiro ajudasse de algum modo quem quizesse deixar a atividade. Pagando para arrancar lavouras por exemplo, estaria contribuindo para se evitar uma inevitável e certa super safra.



O futuro na cafeicultura está bastante incerto e medidas urgentes precisam ser tomadas, mas, essa irritante letargia governamental só nos deixa ainda mais apreensivos. Aqui nesse país já se ajudou a tantos, e a fundo perdido, a cafeicultura precisa de uma ajuda urgente e a fundo não perdido. Precisamos de representantes que nos represente de fato, que tal contratarmos um sindicalista metalúrgico para nos representar, de certo, nossas revindicações serão ouvidas mais prontamente! Aqui em São José dos Campos não é difícil encontrar um...!



<em>* Inserido pela Equipe CaféPoint.</em>
JOÃO CARLOS REMÉDIO

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/02/2013

O cenário na cafeicultura é desolador. Produzir mais de 40 milhões de sacas/ano no Brasil é virar marionete do mercado. Estamos caminhando para uma super safra de ano de ciclo baixo, o que faz com que o mercado não dê sinal de melhora nos preços. Caso não se tenha um contra tempo como uma grande geada no Brasil, estaremos caminhando para o caus na cafeicultura. Com o aumento nos preços em 2011, houve um plantio exagerado de café, que estarão em produção o ano que vem. Acredito que se tudo correr bem, produziremos no ano de ciclo alto, mais de 60 milhões de sacas, o que é assustador. O que já está muito ruim, têm espaço para piorar mais. Não adianta as cooperativas sairem dizendo em quebra de safra que isso funciona como combustível para fazer os preços caírem mais. Somos um país de pouca credibilidade, ninguém respeita nossas previsões; o que querem é nosso café bem baratinho.

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