Dados do 4º e último levantamento do café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que os agricultores de canéfora (conilon) irão colher a maior safra da série histórica neste ano, com uma produção próxima a 16,29 milhões de sacas de 60 kg. O resultado representa um incremento de 13,8% em relação a 2020 e supera em 1,14 milhão de sacas a produção registrada na safra de 2019, que havia sido o melhor desempenho.
Já as lavouras de café arábica apresentaram um desempenho inferior ao registrado na safra passada. Segundo o boletim da Conab, a produção da espécie chega a 31,42 milhões de sacas, redução de 35,5% quando comparada com o ano passado. Com isso, o volume total de café produzido no país está estimado em 47,72 milhões de sacas, diminuição de 24,4% em comparação ao resultado apresentado na safra anterior.
A menor colheita já era esperada, devido aos efeitos fisiológicos da bienalidade negativa observados em diversas regiões produtoras neste ciclo. Além disso, as condições climáticas adversas de seca em muitas localidades influenciaram diretamente nas lavouras, tanto para a redução do rendimento médio, como para a diminuição da área em produção. As geadas registradas nos meses de junho e julho, embora com pouca interferência nesta safra, também impactaram as lavouras em produção e em formação.
“Apesar da queda registrada, esta é uma boa safra sendo o terceiro maior volume produzido para um período de bienalidade negativa – ficando atrás apenas das colheitas registradas em 2013 e 2019. Ainda assim, a menor produção no país reflete no cenário internacional e corresponde ao principal motivo da diminuição da produção global no ciclo 2021/2022 uma vez que o Brasil segue como o maior produtor mundial do grão”, destaca o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.
Produção nos estados
Minas Gerais segue como o principal produtor de café no país. Com a maior parte do cultivo sendo destinada ao arábica (mais influenciado pelos efeitos da bienalidade), a produção registra uma queda de 36,3% em comparação ao volume total colhido na safra anterior, chegando a 21,86 milhões de sacas.
Já no Espírito Santo, principal estado de canéfora, a produção está estimada em 11,22 milhões de sacas, incremento de 22,1% em relação ao ciclo anterior. Destaque também para Mato Grosso, onde os agricultores destinaram uma maior área para o cultivo da cultura. Combinada com uma melhora na produtividade, a colheita no estado está acima de 194 mil sacas de conilon, aumento de 23,6% em relação à safra anterior.
Mercado
Neste ano, o Brasil exportou cerca de 38,4 milhões de sacas de café de 60 kg no acumulado de janeiro a novembro. O volume é pouco menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (recuo de 2,2%), porém 15,3% acima da média dos cinco anos anteriores.
“O patamar elevado de exportação já era previsto em razão da conjuntura do mercado, com forte valorização do café no exterior e enfraquecimento do real em relação ao dólar em 2021”, reforça o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sergio De Zen.
Em valores, as vendas do café para o mercado internacional no acumulado dos onze primeiros meses de 2021 atingiram cerca de US$ 5,6 bilhões, valor que representa um crescimento de 13% na comparação com igual período do ano passado e que já supera todo o ano de 2020. Apesar do recuo dos volumes exportados no período, a alta dos preços do café no mercado internacional favoreceu o aumento dos valores de exportação do café.
Outras informações e as tabelas com o detalhamento da safra de café estão disponíveis no documento do 4° Levantamento da Safra 2021 divulgado no site da Conab.
As informações são da Gerência de Imprensa da Conab.