O volume de recursos no Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) será de R$ 4,96 bilhões destinados às linhas de financiamento e estará disponível de 1º de julho até 30 de junho do ano que vem. Representantes da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniram nesta quinta-feira (3/5), em Brasília, para debater as propostas da entidade para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019 e o orçamento do Funcafé.
“Nós estamos trabalhando para que parte do recurso do fundo seja antecipado e disponibilizado a partir deste mês, justamente para que o produtor inicie a safra capitalizada e com recurso à disposição”, disse o presidente da Comissão, Breno Pereira de Mesquita.
Durante a reunião, foram reforçadas as propostas da CNA para o novo Plano Agrícola e Pecuário, que já foram entregues ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Uma das demandas é a retirada da obrigatoriedade das taxas de elaboração de projetos e assistência técnica.
Segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes, neste ano a entidade buscou trabalhar com a redução dos custos intrínsecos à contratação do crédito rural.
“Uma proposta é não precisar mais apresentar um projeto de custeio ou de algumas linhas de investimento que custam em torno de 2% do valor do projeto. Acreditamos que esse custo é bastante elevado em um cenário de taxa de juros de 5 a 6%”.
Para a cafeicultura, foi solicitado o aumento do prazo máximo para reembolso do crédito de custeio agrícola de 14 meses para 20 meses, já que o prazo atual inviabiliza a tomada de recursos de pré-custeio para essas atividades. Também foram abordados outros temas como seguro rural, spread bancário e financiamento como um todo.
Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, será necessário adequar as propostas do setor rural ao orçamento da União. “Nós temos uma limitação de recursos para se trabalhar, mas vamos ajustar as demandas, de maneira que o produtor siga lucrando na sua atividade. Certamente, as propostas apresentadas pela CNA contribuirão para as tomadas de decisão do ministério”.
Na reunião, o assessor técnico da CNA, Maciel Silva, apresentou os resultados e a novas etapas da Campanha da broca-do-café. “A primeira fase foi alertar os cafeicultores sobre o monitoramento da doença nas lavouras. A segunda fase da campanha foi sobre o controle da broca”, explicou Maciel.
Temas como sustentabilidade, política cafeeira internacional e fitossanidade também foram debatidos. Os encaminhamentos serão trabalhados nos próximos meses. O secretário de Política Econômica e Meio Ambiente do Ministério da Fazenda, Ivandré Montiel, participou do encontro.