A produção de café do Quênia atingiu o pico de 129 mil toneladas há três décadas, mas caiu para cerca de 40 mil toneladas devido a problemas de gestão, oscilações de preços globais e mudanças climáticas.
Atualmente, o país da África Oriental responde por apenas 1% da safra global, mas seus grãos de arábica de alta qualidade são procurados pelos torrefadores para criar um blend com outras variedades.
A demanda doméstica por grãos está crescendo à medida que membros recém-formados da classe média urbana e até mesmo aqueles no campo desenvolvem um gosto por cafés especiais.
Os quenianos consomem apenas 5% da produção total em comparação com a vizinha Etiópia, onde o consumo doméstico é responsável por quase metade da produção, graças a uma forte cultura de consumo de café. Mas, o consumo local triplicou para 1.500 toneladas por ano na última década, como mostram números do portal de dados de negócios globais.
A pequena rede de café Kilele Coffee Company, na cidade de Karatina, que fica a cerca de 120 quilômetros da capital Nairóbi, conta com seis pontos de venda no centro do Quênia. Foi fundada no ano passado por Joshua Kariuki, que voltou para casa na cidade de Nyeri após 15 anos como trabalhador humanitário. “Queremos ter uma cultura de consumo de café em nível local”, aponta Kariuki.
Segundo Matthew Harrison, comprador da empresa de fornecimento de café especial Trabocca, com sede em Amsterdã, um mercado doméstico em expansão pode alimentar uma nova geração de agricultores em uma indústria decadente. Isso beneficia agricultores como Thuo Mathenge, que fechou seu negócio médico em Nairóbi para retornar à sua aldeia há uma década. Agora, ele processa grãos de sua extensa fazenda de café na base do Monte Quênia e vende o produto em suas lojas de varejo.
O cafeicultor atribuiu o crescimento da cultura do café no Quênia ao conhecimento crescente dos benefícios potenciais da bebida, incluindo o alerta e o aumento da energia. Ele produz mais de 50 toneladas de café por ano e a proporção de café que vende localmente dobrou de 30% para 60% nos últimos sete anos. O restante vai para Estados Unidos, Grã-Bretanha e Bélgica.
As informações são da Reuters / Tradução Juliana Santin