O polo da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (Ifsuldeminas), do campus de Machado (MG), cria sete projetos de tecnologia para agroindústria do café.
Os custos da inovação são divididos entre o Ifsuldeminas, o Governo Federal e a empresa interessada na patente. O professor Leandro Paiva, que é diretor do polo de inovação, explicou que a firma interessada procura a Embrapii com uma ideia ou na busca por solucionar um problema. Essa questão se torna pesquisa com os professores e alunos. Ao final, é gerada uma patente que pertencerá à empresa que procurou o polo.
As firmas detentoras dessas patentes devolvem royalties ao instituto. “A patente é da empresa e os royalties vêm para o instituto para financiar novos projetos de inovação”, explicou Leandro.
Já existem três projetos finalizados com patentes registradas. O primeiro deles é um torrador elétrico de baixo custo da marca Stratto, que já é comercializado. “A empresa que nos procurou queria um torrador elétrico que consumisse pouca energia elétrica e fosse de baixo custo de aquisição. O nosso custa R$ 15 mil e pode ser comprado pela internet”, contou o professor.
Segundo Leandro, eles fizeram todo um trabalho na tecnologia de aquecimento, de ar e conservação de energia para poder operar em uma temperatura para a torra do café e plugado em uma tomada de 220v.
O diretor industrial da empresa do interior paulista que comercializa o torrador elétrico, Leandro César do Carmo, afirmou que a parceria deu tão certo que outro equipamento está em criação com a Embrapii. “O sucesso foi tão grande que estamos preparando outro projeto”, garantiu.
Uma segunda novidade feita para uma empresa de topografia é um barco automático de pequeno porte (um tipo de drone) que consegue mensurar a profundidade de lagos e a turbidez da água. “Esse equipamento faz o levantamento da qualidade das águas residuais. Ele roda a represa ou açude, mapeia o volume de água e vê a qualidade da água para fins de reuso como irrigação ou outros fins. Ele faz tudo sozinho”, relatou o professor Leandro.
O autor do projeto, o professor Mosar Faria Botelho afirmou que o protótipo determina se, é preciso ou não, tratar a água residual do café. “Um dos desafios do projeto foi fazer um barco de batimetria de baixo custo, com os quesitos que a empresa parceira do projeto solicitou”, explicou.
A terceira inovação do Polo Embrapii é um painel de pós-colheita para colhedoras de café com ajuste de vibração das hastes que colhem os grãos. Essa regulagem permite ajustes personalizados para diferentes regiões de uma mesma planta, tanto para a colheita total dos frutos, quanto para a seletiva dos secos e maduros. “O painel de pós-colheita é uma estrutura reta, que vibra as varetas numa intensidade adequada para colher o café sem muita desfolha do cafeeiro”, ressalta o professor Leandro.
A Embrapii
O Ifsuldeminas é credenciado à Embrapii desde 2017 e está apto para receber solicitações de ideias de qualquer empresa interessada em inovar na cafeicultura. “Basta procurar o polo e sem nenhuma burocracia já conversamos. Vamos fazer um trabalho para saber se essa ideia já existe, se ela é viável para a empresa que nos procurou e se atende os interesses do mercado. Ajudamos a desenvolver essa ideia e como ela será patenteada pela firma que a propôs”, detalhou o professor Leandro.
Além de Machado, o Sul de Minas possui outra unidade da Embrapii, no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG). Nessa unidade são criados protótipos na área de comunicações digitais e radiofrequência.
As informações são do G1 Sul de Minas (Por Jonatam Marinho)