Com a colheita acontecendo em grande parte das regiões produtoras brasileiras, é bom se atentar às mudanças climáticas, uma vez que o calor excessivo ou as chuvas em grande quantidade podem atrapalhar este processo importante.
Segundo a Somar Metereologia, a semana começa com expectativa de retorno das chuvas para grande parte da região. Os maiores acumulados de água deverão se concentrar entre o norte gaúcho e o sul do Paraná. Já no norte paranaense, nas áreas produtoras, as chuvas devem ocorrer de forma mais isolada, sem grandes acumulados até o fim da semana.
Em alguns pontos do norte do Paraná, onde o solo já está bem úmido, produtores podem relatar dificuldades nas atividades de campo relacionadas à colheita. Com relação às temperaturas, o frio que ganhou força no fim de semana perde intensidade. Com isso, o risco de geada está praticamente descartado nesta semana. Se voltar a ocorrer será apenas em pontos bastante elevados.
Na região sudeste, na última semana, os acumulados registrados ficaram acima da média climatológica do período em grande parte da localidade, sobretudo em Minas Gerais e Espírito Santo. No estado capixaba, os acumulados passavam dos 100 mm.
A preocupação dos produtores mineiros quanto aos altos volumes de chuva são devido à necessidade de colheita manual, uma vez que o solo muito úmido dificulta a passagem das colheitadeiras, além da alta umidade do ar, que dificulta o processo de secagem dos grãos. No sul de Minas, há relatos de queda de grãos dos cafezais devido ao alto volume registrado, além disso, a chuva também atingiu o café disposto nos terreiros para secagem, o que deve vir a alterar a qualidade dos grãos.
Já em Rondônia, o tempo foi predominantemente seco ao longo da última semana, com acumulados inexpressivos apenas na faixa norte do estado. Até o dia 14 de maio, o total colhido da safra atual estava em 5,75 milhões de sacas de 60 kg, o que representa aproximadamente 9,75% da produção estimada para a safra 2019/2020, de 58,9 milhões de sacas.
Além da redução de 18,1% na produção, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por conta de ser um ano ser de bienalidade negativa para o café, os produtores estão preocupados com a qualidade dos grãos, já que floradas irregulares resultaram na formação de grãos de diferentes estágios nos pés. Com isso, há grãos maduros e prontos para a colheita e grãos verdes que ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento, reduzindo a produtividade da lavoura, uma vez que será necessário utilizar mais grãos para encher uma saca na qualidade adequada.