Após uma safra recorde de mais de 60 milhões de sacas e um alto número registrado nas exportações brasileiras, as atenções se voltam para a safra 2019, onde as expectativas em torno da produção e dos preços já estão grandes.
Ainda é difícil prever números, uma vez que o mercado cafeeiro depende muito da ajuda do clima. Porém, como estamos em um ano de bienalidade baixa, já é esperada uma safra menor do que a do ano passado. “Ainda não sabemos quão menor ela será. Dependemos muito das chuvas de janeiro, fevereiro e março, além dos resultados das colheitas de conilon e robusta”, afirma Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes.
Além da qualidade, também se cria uma expectativa em torno das exportações e dos preços pagos pelos grãos. “Os preços também são difíceis de prever, pois variam muito de acordo com o cenário da economia. Já sobre as exportações, o Brasil exportou um volume muito bom e assim deve continuar durante os próximos meses”, disse.
Os preços pagos em 2018 não agradaram, prejudicando os pequenos e médios cafeicultores. “Subiram os preços dos defensivos, do óleo diesel, da energia elétrica, etc. Todos os principais insumos usados nas lavouras subiram de preço, enquanto que os produtores receberam pouco pelo café. A conta não fecha”.
Segundo Eduardo, isso aconteceu não somente aqui no Brasil, mas em todo o mundo. Para este ano, ele diz que os produtores trabalham com boas expectativas. “No momento, os valores são muito baixos em vários países, mas os produtores estão aguardando que comecem a melhorar a partir de abril”.
De acordo com o analista, as lideranças da cafeicultura esperam que hajam mais medidas voltadas para o setor no novo governo brasileiro, além de maior apoio por parte do Ministério da Agricultura.