Produtores de café da Colômbia pedem medidas que aliviem situação do setor

Preocupada com a queda do preço doméstico do café associado à reavaliação acelerada da taxa de câmbio, a Federação dos Cafeicultores da Colômbia disse que está à espera de medidas oficiais urgentes que possam servir de alívio para as mais de 550 mil famílias que vivem do grão e que contribuem decisivamente para a economia e o desenvolvimento rural do país.

Conscientes da escassa disponibilidade de recursos do orçamento nacional, o Comitê Diretor e o gerente da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) reiteram sua urgente convocação ao Governo para buscar soluções criativas que ajudem o setor cafeeiro a superar a situação atual.

Adicionalmente, em carta enviada ao Conselho de Administração do Banco da República, o gerente geral da FNC, Roberto Vélez Vallejo, alerta que desde 31 de dezembro até a data, a valorização da moeda gerou uma queda do preço interno de compra do café de 10,6%, o que impactou negativamente a renda dos cafeicultores do país.

O preço interno de compra do café é determinado pela taxa de câmbio e pelo preço externo do café colombiano, que caiu 6% no mesmo período devido à valorização do peso em relação ao dólar. Assim, as variações no preço do café são em grande parte fenômenos de mercado sobre os quais a FNC não tem maior poder de afetação.

"A valorização sustentada do peso em relação ao dólar pode ser temporariamente alterada pelas intervenções do Banco de República no mercado de câmbio, sem modificar as metas de inflação que se propôs alcançar nos próximos anos", observa Vélez Vallejo na carta. A Federação continua trabalhando para aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar a lucratividade.

Na carta ao Conselho do Banco da República, o Diretor-Geral também lembrou que a organização colombiana de cafeicultores, de forma proativa e responsável, vem trabalhando em várias frentes, como:

a) alcançar uma produção cafeeira produtiva e rentável, adaptando-a às mudanças climáticas, assegurando que o parque cafeeiro permaneça jovem, livre de doenças;
b) inovar para tornar o uso de mão de obra mais eficiente na colheita e, assim, reduzir custos;
c) promover projetos especiais de café que gerem prêmios adicionais nos preços recebidos pelo cafeicultor;
d) liderar mundialmente a busca pela co-responsabilização dos diferentes agentes da cadeia de valor para o futuro da cafeicultura.

E ressaltou que todas essas ações ainda são insuficientes para neutralizar a queda do preço do café, que começa a gerar profundo desconforto nas regiões cafeicultoras do país devido ao fato desse nível de preços começar a gerar perdas em algumas regiões produtoras.

Vale lembrar que, graças ao café, boa parte do território nacional tem sido, ao longo da história, território de bem-estar e paz, pelo emprego que gera e pelas vinculações que implica. O Conselho de Administração do Banco da República deve estar ciente das consequências negativas para as exportações tradicionais.

A carta do gerente geral termina com a esperança de que essas reflexões sejam levadas em conta nas próximas deliberações da Diretoria.

As informações são da FNC / Tradução Juliana Santin