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Produtores buscam solução para a crise internacional do café

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/03/2019

4 MIN DE LEITURA

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A seguir, a declaração feita ontem (26) por representantes de 35 países produtores de café de Nairóbi, no Quênia, na qual solicitam urgentemente a todos os membros da cadeia cafeeira que ajam de maneira rápida e responsável na solução da atual crise internacional dos preços do café, que estão devastando comunidades inteiras de produtores do grão em todo o planeta.

Em relação à Colômbia, participaram desta importante reunião José Eliecer Sierra (atual presidente do Conselho de Administração e Produtores Nacionais de Café), representando Antioquia; e José Alirio Barreto, de Boyacá; e Eugenio Vélez Uribe, de Caldas.

Declaração do grupo de coordenação do fórum mundial de produtores de café

A atual crise social e econômica, criada pelos preços internacionais do café extremamente baixos, chegou a um ponto em que a cadeia de valor do café como um todo não pode continuar falando sobre isso sem tomar medidas sérias e imediatas.

Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), cerca de 25 milhões de famílias, em sua maioria pequenos produtores, produzem café no mundo. Hoje em dia, a maioria deles não consegue sequer cobrir seus custos de produção e muitos não conseguem nem mesmo ganhar a vida para si e para suas famílias.

O mundo consome 1,4 bilhão de xícaras de café por dia e os consumidores pagam preços muito altos por eles (US$ 3,12, nos Estados Unidos; US$ 4,60, em Xangai; e até US $ 6,24, em Copenhague, em 2018). Em muitos casos, os preços são alcançados com a promessa de que o café é sustentável. No entanto, a promessa de sustentabilidade geralmente se concentra apenas em dois de seus três aspectos: ambiental e social. A sustentabilidade econômica, a própria renda dos cafeicultores, tem sido negligenciada pela cadeia de valor do café sob a premissa de que "o mercado é o mercado" e devemos deixá-lo governar.

O atual contrato "C" foi criado como referência de preços para uma cesta de cafés arábicas suaves de qualidade similar, conhecida como "Centrais". Hoje, com várias mudanças introduzidas ao longo do tempo, é amplamente reconhecido que o preço baseado no contrato futuro "C" não cobre os custos de produção para a maioria dos produtores, devido a vários fatores, que incluem a especulação de fundos de cobertura, que não entendem ou não se importam com o café.

Em 1982, o preço do café flutuou entre US$ 1,18 e US$ 1,41 no mercado internacional, e uma xícara de café ficou em US$ 1,10 nos Estados Unidos. Em 2018, o preço médio de um quilo de café arábica no mercado internacional foi em média de US$ 1,01. Em 22 de março de 2019, o preço ficou abaixo de US$ 0,95. Os produtores de café perderam mais de 80% de sua capacidade de compra nas últimas décadas.

O atual processo de empobrecimento dos cafeicultores está destruindo o tecido social nas áreas rurais de mais de 40 países da África, Ásia e América Latina, levando a um aumento do crime nas nações produtoras, a uma maior pobreza nas cidades e migrações em massa para os Estados Unidos e Europa. Em alguns países, a crise atual se tornou um incentivo para mudar para cultivos ilegais, porque os agricultores não podem viver apenas do café.

Qualidade e disponibilidade também estão ameaçadas. Produtores que ficam no café não poderão pagar pelo cuidado adequado de suas fazendas e de seu produto, o que leva à fertilização e ao cuidado inadequados das árvores, afetando a qualidade e privando os consumidores da diversidade que eles desfrutam hoje em dia. A adaptação e mitigação dos efeitos da mudança climática são outros encargos que recaem sobre os ombros dos produtores.

Os países produtores e outros membros estão preocupados com o fato de que o contrato "C" de hoje não é o mecanismo correto para descobrir o preço e que, ao permitir o empobrecimento dos produtores, o setor cafeeiro está arriscando seu próprio futuro.

A atual crise de sustentabilidade econômica dos produtores de café deve ser tratada imediatamente antes que se torne uma crise humanitária. Deve ser implementada uma abordagem baseada no princípio de corresponsabilidade e total transparência para assegurar que todos os elos da cadeia de valor sejam lucrativos e saudáveis. Se para ter uma grande bebida é necessário ser à custa da dignidade, do valor ou do bem-estar das pessoas e da terra, não pode ser realmente um café sustentável. O ICE não pode estar ausente nesta discussão.

Os produtores de café em todo o mundo têm procurado o resto da cadeia de valor há anos, com a esperança de uma abordagem coletiva, construtiva e realista, para garantir a sustentabilidade econômica dos produtores. A resposta, infelizmente, tem sido muito fraca.

Quando se trata da sustentabilidade econômica dos produtores de café, fica claro: NÃO AGIR NÃO É UMA OPÇÃO!

As informações são da Assessoria de Imprensa da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia / Tradução Juliana Santin

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CLAUDEMIR GAVIOLI

FRANCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 01/04/2019

O BRASIL por ser o maior produtor mundial de café deveria, através de sua comunidade cafeeira, tomar à frente desta discussão a nível internacional a exemplo dos colombianos.

Nós, cafeicultores de hoje, estamos vivenciando a crise de 1929 vivida pelos nossos avós.

Não podemos achar que o vilão responsável pelos preços baixos do café seja somente o especulador, pois eu, como pequeno produtor de café, percebo claramente a existência de um outro vilão que é o grande cafeicultor que por sua ganância a cada ano planta milhares de pés de café fazendo com que a balança da oferta e procura seja desfavorável a um preço justo do café.

Como em 1929, teremos que erradicar lavouras de café e queimar o estoque existente?

Espero que não!


Claudemir Gavioli
cafeicultor
Itirapuã-SP
MARCELO DURAU

EM 28/03/2019

A sustentabilidade, tanto proclamada ao redor do mundo, deve sim, ser sustentada em três pilares: ambiental, social e econômico.
JOSÉ ADILSOM SILVEIRA

SÃO JOSÉ DO CALÇADO - ESPÍRITO SANTO

EM 06/09/2019

E uma vergonha esse preço do café não paga paga nada só trabalhamos no prejuízo temos que fazer alguma coisa para melhorar

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