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Produtores buscam alternativas na lavoura para lidar com baixos preços

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 31/05/2019

2 MIN DE LEITURA

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Um dos problemas atuais que está tirando o sono de muitos produtores brasileiros é o preço dado pelas sacas de café. Segundo o valor divulgado ontem (30) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a saca de 60 kg, tipo 6, do arábica estava sendo negociada a R$ 414, enquanto que a do robusta valia R$ 299.

Este preço baixo faz com que os cafeicultores tenham que tomar algumas medidas de emergência nas lavouras, como redução de funcionários em época de colheita e a ‘gigolação’ das plantações, que consiste em aproveitar ao máximo o que o pé de café produzir sem investir nele.

André Osório, produtor da Zona da Mata, em Minas Gerais, optou pela diminuição nos trabalhadores, mas relata que ainda está trabalhando no vermelho. “Além da redução de funcionários, a adubação não foi correspondida de acordo com a necessidade. Até no processo pós-colheita estamos optando por uma porcentagem maior de café natural, por conta dos custos com energia e mão de obra no processo de despolpamento”, conta.

Situação parecida vive Weliton Siqueira, do município de Careaçu, Sul de Minas Gerais. Ele reduziu a mão de obra na lavoura nesta safra e diminuiu o uso de defensivos. “Sobrevivendo na cafeicultura e estudando métodos alternativos que dê para conciliar”, disse.

Apesar de serem tomadas visando melhorias, essas medidas precisam de cuidados para não atrapalhar ainda mais a qualidade dos frutos, uma vez que outro fator que não foi positivo nesta safra foi o clima. Fundamental durante todo o processo de granação, o período de chuvas foi desregular neste ano, resultando em muitos cafés no chão, floradas fora de época e grãos em diferentes estágios no mesmo pé.

A qualidade é justamente uma das preocupações do cafeicultor Fernando Barbosa. “As lavouras de café em meados de maio receberam chuvas que fizeram com que os cafés granados da florada de 2018 caíssem dos pés. O percentual foi de 21% nos talhões em geral”, comenta. Ele conta que os cafeeiros em sua propriedade, localizada em São Pedro da União (MG), estão com frutos desregulares. “No mesmo pé de café você encontra café cereja, um pouco de café boia e cafés verdes”, relata.

Segundo dados divulgados pela consultoria Safras & Mercado, até a última terça-feira (28), a colheita brasileira de café da safra 2019/2020 chegou a 22% da produção total esperada (58,9 milhões de sacas). Foram 13 milhões de sacas de 60 kg colhidas, que correspondem a 16% da colheita de arábica e 36% dos trabalhos do robusta.

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