Um produtor do norte do Espírito Santo relatou ao portal Notícias Agrícolas sobre a proliferação de caramujo-africano nas lavouras de café canéfora (conilon). Isso se justifica por conta do alto volume de chuvas que a região recebeu nos últimos meses. A condição, além de chamar atenção, pede ainda mais cuidado na preparação da colheita.
Segundo Renan Queiroz, pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a região tem como característica uma precipitação de 1.200 mm/ano, mas que somente entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, o acumulado no norte capixaba chegou a 900 mm, ajudando na proliferação do caramujo-africano não só nas lavouras de café, mas também em áreas de cultivo de pimenta-do-reino e mamão. Entre os municípios mais afetados estão São Mateus, Linhares e Jaguaré.
"Muitos produtores estão encontrando esse tipo de problema nas lavouras nessas áreas. Justamente em um local que choveu muito, é importante fazer o trabalho de controle antes do início da colheita", afirmou Renan.
Segundo ele, não há preocupação em relação à produtividade ou qualidade da bebida do café conilon, mas ressalta a necessidade de controle antes da colheita para que o produtor não tenha problemas durante a análise do café pós-colheita, principalmente para os cafés que têm como destino o mercado externo. Descarta a possibilidade de contaminação, já que o caramujo-afriano não oferece risco direto, mas alerta que os resíduos podem trazer algum impacto negativo para o produtor que deixar algum resíduo no café.
Renan explica que, para combater o caramujo-africano, o cafeicultor faz uso de "uma isca química" colocada no chão da lavoura. "É uma espécie de pastilha e é colocada por área. Uma isca de 250 gr custa, em média, R$ 35, mas nas áreas onde a proliferação está muito acentuada os produtores estão comprando muitos quilos", ressaltando mais elementos de alta para os custos de produção que subiram expressivamente no ano passado.
Além da importância de todo produtor fazendo o controle, Renan explicou que ele tenha cuidado na aplicação já que se trata de um produto químico. "O produtor precisa ter muito cuidado, é um produto químico e é muito importante seguir todas as recomendações escritas no rótulo", acrescentou.
De acordo com Renan, apesar deste impasse, as chuvas foram positivas para o desenvolvimento da safra. Os produtores mais qualificados têm expectativa de colher entre 100/120 sacas por hectare, enquanto nas demais áreas é esperada uma colheita com 80 sacas, segundo o pesquisador do Incaper.
As informações são do Notícias Agrícolas.