No Brasil o produtor de café sentiu os impactos da queda nos preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US) nos últimos meses, já os cafeicultores da Colômbia o cenário não é diferente. Em comparação com junho de 2022, o contrato referência na Bolsa recuou aproximadamente 36%.
A safra brasileira está na fase da colheita e o mercado precificando com base nas expectativas de uma safra cheia e ainda mais positiva para ano que vem, com exceção de eventos climáticos que podem trazer variação, analistas não enxergam preços próximos de 200 cents/lbp para o café no médio prazo.
De acordo com um comunicado publicado pelo Comitê do Departamento de Cafeicultores de Antioquia da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) o cenário de "empate" entre custo e rentabilidade é uma realidade para os produtores da Colômbia. Segundo a nota publicada nesta terça-feira (18), a entidade "expressa sua preocupação com os preços atuais do café, que para muitos produtores estão abaixo de seus custos de produção".
A Comissão pede, ainda, por ações em conjunto com o Governo Nacional da Colômbia para encontrar ferramentas de proteção à renda dos produtores, soluções para reduzir custos de produção e também controlar a importação de café de outras origens.
"Nesse sentido, pedimos celeridade nas discussões para a implementação das ações, prudência, defesa das instituições cafeeiras e evitar desinformação e críticas infundadas, que muitas vezes não refletem a realidade objetiva", afirma.
Vale ressaltar que enquanto o Brasil sentiu os impactos do La Niña com seca prolongada, na Colômbia o cenário foi o oposto e o excesso de chuva tirou, pelo menos, um milhão de sacas da safra passada.
Também durante o ano passado, a FNC fez um chamado urgente para os produtores renovarem o parque cafeeiro, focando em um volume mais expressivo a partir de 2025 no país.
Inclusive, diante do cenário de quebra, a Colômbia vem aumentando de forma significativa as compras de café do Brasil. Segundo os dados oficiais do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), no ano-safra - encerrado em junho, o país vizinho importou 1.738 milhões de sacas de cafés do Brasil. O número representa alta de 38,9% nas compras em comparação com a temporada de 2021/22.
As informações são do Notícias Agrícolas