A queda de produção de café no Brasil pode causar forte aumento nos preços da commodity em todo o mundo. A colheita brasileira é tradicionalmente vinculada a ciclos de dois anos, quando, nos anos pares, os produtores colhem grandes volumes de café arábica. Em 2021, as plantações sofreram primeiro uma seca e depois uma geada, o que quase acabou com as esperanças de uma colheita abundante em 2022. Por conta das expectativas negativas, os futuros do café em 2021 já começaram a bater os recordes dos últimos 10 anos. O valor do quilo de arábica brasileiro subiu para US$ 2,58 e se estabilizou em US$ 2,23, valor superior ao de anos anteriores.
Além do Brasil, as plantações da Colômbia, importante exportador de café no mercado mundial, também foram afetadas pelo mau tempo. De acordo com algumas estimativas, os rendimentos em 2022, em algumas fazendas, podem cair quase pela metade. Por exemplo, a Cooperativa Minasul, que reúne alguns agricultores para produzir, comprar e exportar café, espera que sua produção total em 2022 caia para um milhão de sacas (132 libras de café cada), abaixo dos 2,2 milhões de sacas em 2020.
Essa situação ameaça interromper o fornecimento internacional de café. Somando-se aos problemas, estão não apenas os rendimentos em queda, mas também as dificuldades na logística global e o aumento dos custos de transporte. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o consumo global dessa bebida só aumentará, superando a produção.
Enquanto isso, em meio a essas previsões, analistas da Fitch Ratings, segundo o The Wall Street Journal, não acreditam que os preços continuarão subindo muito. Eles estimam que vão parar em uma média de US$ 2,15 por libra de café. Mas a volatilidade dos preços persistirá como resultado da redução das exportações brasileiras e da escassez de estoques nos armazéns.
As informações são do News.am / Tradução Juliana Santin