O Conselho Nacional do Café (CNC) alerta os produtores sobre uma baixa safra 2019/2020. Em entrevista ao programa Bem da Terra, do canal Terra Viva, o presidente do CNC, Silas Brasileiro, afirma que o cenário está difícil e, com os baixos preços dos grãos, o produtor foi afetado diretamente.
Condição climática adversa e temperatura extremamente elevada causam amarelecimento das folhas e desfolhamento dos pés, o que reflete negativamente na próxima safra. “As poucas floradas que abriram em setembro, abortaram”, afirma.
Para Silas, mesmo com um ano de bienalidade positiva, a safra 2020/2021 também será afetada. Já o presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Augusto Rodrigues de Melo, acredita que, para o ano que vem, o produtor, apesar das dificuldades, deve seguir cuidando das lavouras e adubações para que a quebra não seja tão acentuada.
Carlos comenta, em entrevista à Agência Estado, que ainda não tem o percentual da queda da produção deste ano. “Não sei ainda ao certo o porcentual porque ainda tem alguma coisa para entrar (a cooperativa receber), mas tem quebra. A preocupação maior está com a safra 2020. Com um clima desses, você chega à lavoura, tem florada e as folhas todas em queda, por causa da insolação, da irradiação. Muito calor”, comentou.
Segundo ele, a avaliação para a próxima safra está próxima de 50 milhões de sacas. “Foi previsto 54 milhões, depois caiu para 51 milhões, 50,9 milhões, e agora está reduzindo mais ainda. Estamos falando da safra nacional”. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu terceiro levantamento sobre a safra 2019, revisando para baixo a produção, que deve totalizar 48,99 milhões de sacas, ante 50,92 milhões cotadas na última estimativa, feita em maio.
“Da que vem, que se esperava e se falava em números absurdos, eu já acreditava que não seria assim. Agora, piorou, porque a região está muito seca. Na área da Cooxupé, não temos dúvida de que não será a safra esperada, por conta (da seca) do Cerrado, aqui mesmo do Sul de Minas, regiões de beiras de represas, lagos. É muito quente e a seca é pior que geada ou outro fator” finaliza Carlos.
As informações são da Bem da Terra / TV Terraviva e da Agência Estado.