O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino, concedeu uma entrevista a Agência Reuters sinalizando preocupação com a qualidade da próxima safra por conta das diversas floradas nos últimos meses, que pode sinalizar grãos sem uniformidade, com frutos maduros e verdes.
Isso poderia adicionar pressão a um ciclo que já será de menor produção, dada a bienalidade negativa do arábica, principal variedade de café cultivada no País. Neste ano, o Brasil colheu um recorde de quase 60 milhões de sacas, conforme dados do governo, que por ora não tem estimativas para o ciclo seguinte.
A chuva também é um item de tensão na hora da colheita. "Isso vai afetar a qualidade. No ano que vem, se começar a colher cedo, vai ter café maduro e café verde. Se começar mais para frente, vai ter café maduro e café no chão", afirmou Carlos Paulino.
O presidente acredita que o produtor não poderá esperar, uma vez que precisará de dinheiro. Para isso, começará a colher e nesse meio terá café bom e o verde, que é mais depreciado, já que conta com grãos menos valorizados em termos de aspecto, tipo e bebida. De outro lado, a obtenção da máxima qualidade está diretamente relacionada à quantidade de frutos maduros nos lotes, que assim acabam sendo mais valorizados.
Até agora já foram entregues à cooperativa 6,3 milhões de sacas. "Vamos chegar aos 6,4 milhões, tem ainda 30 dias", afirmou Paulino. Segundo ele, em 2017, o recebimento foi de 5,2 milhões de sacas.
As informações são da Agência Reuters (por José Roberto Gomes).