A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) está atenta aos impactos climáticos para a produção da safra 2021/2022 de cafés especiais. O Brasil registrou uma safra positiva no ano passado, tanto na quantidade como na qualidade, e, para esse ano, além da quebra natural, conta com o clima fora do ideal.
Em entrevista para o Notícias Agrícolas, Guilherme Salgado Rezende, presidente da BSCA, disse que apesar dos cafés produzidos em áreas de alta altitude sentirem menos os impactos das altas temperaturas, a chuva irregular afetou a florada, que consequentemente está afetando a maturação dos grãos, que deve acontecer de forma irregular, diferente do ano passado quando o clima foi excepcional para a boa produção.
Ele destacou ainda que desde a segunda quinzena de março não chove no parque cafeeiro, aumentando ainda mais o risco de quebra de qualidade na safra 2021/2022. "A gente não sabe o quanto isso vai afetar essa granação. Na hora que afetar, vai reduzir peneira e o volume de cafés especiais. Vai acelerar a maturação, diminuindo o açúcar e a qualidade do café também, mas ainda é um pouco cedo para quantificar", acrescenta.
O clima fora do padrão ideal também deve pesar no bolso de produção. Por conta da irregularidade na maturação do grão, Guilherme acredita que a colheita deste ano fique entre 20% e 30% mais caro em relação ao ano passa. A partir de agora, o produtor espera por precipitações mais expressivas para ajudar na fase final de granação do café e repor a reserva hídrica.
As informações são do Notícias Agrícolas.