Em agosto de 2021, os preços do café registraram o décimo mês consecutivo de aumento, provocado por preocupações com a oferta devido às condições climáticas adversas nos principais países produtores e ao aumento dos custos de frete, juntamente com as restrições de bloqueio pela covid-19, que interromperam os fluxos comerciais na Ásia.
A média mensal do indicador composto da Organização Internacional do Café (OIC) aumentou 5,2%, de 152,24 centavos de dólar em julho de 2021, para 160,14 centavos de dólar dos EUA por libra em agosto de 2021.
O nível alcançado em agosto de 2021 representou um aumento de 51,3% desde o início do atual ano cafeeiro. A média mensal do indicador composto da OIC em agosto de 2021 é o nível mais alto desde que 162,17 centavos de dólar por libra-peso foi registrado em novembro de 2014.
A OIC afirma que os preços do café arábica registraram aumentos substanciais, enquanto que os do café canéfora (robusta) registraram alta moderada. As preocupações com o tamanho da próxima safra brasileira, exacerbadas pelas recentes geadas, têm levado a uma volatilidade recorde dos preços à vista e futuros.
Em termos de fundamentos do mercado, as exportações de todas as formas de café de todos os países exportadores para todos os destinos totalizaram 10,7 milhões de sacas de 60 kg em julho de 2021, aumento de 1,7% em comparação com 10,5 milhões de sacas em julho de 2020.
O nível das exportações totais em julho de 2021 é 4,4% inferior ao volume de 11,9 milhões de sacas registrado em julho de 2019, antes da pandemia. As exportações totais de todas as formas de café nos primeiros 10 meses do ano cafeeiro de 2020/2021 (outubro de 2020 - julho de 2021) chegaram a 108,96 milhões de sacas, aumento de 2,2% em comparação com 106,63 milhões de sacas durante o mesmo período do ano cafeeiro de 2019/2020.
As exportações acumuladas de agosto de 2020 a julho de 2021 são estimadas em 129,7 milhões de sacas, aumento de 1,6% em comparação com as 127,6 milhões de sacas registradas de agosto de 2019 a julho de 2020.
O consumo mundial para o ano cafeeiro de 2020/2021 é projetado em 167,01 milhões de sacas, aumento de 1,9% sobre o nível de 163,9 milhões de sacas registrado no ano cafeeiro de 2019/2020 e queda de 0,3% sobre as 167,6 milhões de sacas observadas no ano cafeeiro de 2018/2019 antes da pandemia.
O consumo interno nos países produtores representou 30,2% do volume total do consumo mundial, sendo os restantes 69,8% consumidos nos países não produtores.
A projeção para a produção total no ano cafeeiro de 2020/2021 é de 169,64 milhões de sacas, o que representa um aumento marginal de 0,4% em relação as 169 milhões de sacas colhidas no ano cafeeiro de 2019/20. No entanto, a OIC afirma que uma redução substancial da produção mundial é esperada no ano cafeeiro de 2021/2022, visto que algumas origens importantes foram afetadas por choques relacionados ao clima.
As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin