Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destacam que a liquidez no mercado interno de café está baixa no início de julho, pois muitos agentes estão atentos aos possíveis impactos das geadas em parte dos cafezais de café arábica do noroeste do Paraná e em São Paulo (Garça e Alta Paulista).
Agentes do Paraná consultados pelo Cepea ainda estão averiguando a dimensão dos danos, mas, em São Paulo, colaboradores apontam que poucas lavouras tiveram prejuízos expressivos.
Passada a onda de frio no Brasil, os valores internacionais do arábica recuaram, pressionando as cotações internas e mantendo produtores afastados do mercado. Já na manhã desta quinta-feira (8), o mercado futuro do café arábica abriu o pregão com quedas para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US).
De acordo com Eduardo Carvalhaes, os fundamentos de alta do mercado continuam robustos, os mesmos que levaram à escalada dos preços nos últimos meses, e apontando para um ano safra 2021/2022 com dificuldades para o abastecimento do mercado brasileiro e mundial de café.
Por volta das 9h14 (horário de Brasília), setembro/2021 teve queda de 130 pontos, negociado por 148,60 cents/lbp; dezembro/2021 registrava baixa de 145 pontos, valendo 151,50 cents/lbp; março/2022 tinha baixa de 140 pontos, negociado por 154,20 cents/lbp; e maio/2022 tinha queda de 145 pontos, cotado por 155,50 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o canéfora (conilon) registrava poucas variações. Setembro/2021 tinha queda de US$ 4 por tonelada, negociado por US$ 1698; novembro/2021 tinha alta de US$ 1 por tonelada, cotado a US$ 1694; janeiro/2022 tinha queda de US$ 5 por tonelada, valendo US$ 1683; e março/2022 tinha baixa de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1669.
A análise do Escritório Carvalhaes destaca que após a passagem da forte frente fria sobre os cafezais do Brasil, em ano de seca histórica e safra baixa, os cafeicultores estão cautelosos e aguardam bases de preço mais altas. "Em plena colheita, eles sabem melhor do que ninguém o que está acontecendo com a produção brasileira de café deste ano. Também sabem que os estoques de passagem são baixíssimos, estão praticamente zerados", afirma.
Mercado interno
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 2,38% em Guaxupé (MG), negociado por R$ 862; Poços de Caldas (MG) teve alta de 0,84%, valendo R$ 842; Patrocínio (MG) teve valorização de 0,61%, cotado a R$ 825; Araguarí (MG) teve alta de 1,20%, negociado por R$ 840; Varginha (MG) teve valorização de 3,56%, cotado por R$ 872; Campos Gerais (MG) subiu 2,38%, cotado a R$ 859; e Franca (SP) registrou valorização de 3,01%, valendo R$ 855.
O tipo cereja descascado teve alta de 2,23% em Guaxupé (MG), negociado por R$ 915; Poços de Caldas (MG) teve alta de 0,81%, valendo R$ 872; Patrocínio (MG) teve alta de 0,59%, valendo R$ 855; Varginha (MG) teve alta de 2,25%, valendo R$ 910; e Campos Gerais (MG) teve alta de 2,22%, valendo R$ 919.
As informações são do Cepea e Notícias Agrícolas.