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Por causa do Brasil, alta do café já alcançou 53% este ano em NY

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 20/02/2014

2 MIN DE LEITURA

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Depois de subirem quase 9% na sessão de terça-feira, as cotações do café surpreenderam analistas e voltaram a disparar ontem na bolsa de Nova York, novamente impulsionadas pelos danos provocados pela seca e pelas altas temperaturas em regiões produtoras do Centro-Sul do Brasil.

Os contratos futuros com vencimento em maio, que atualmente ocupam a segunda posição de entrega na bolsa e são os mais negociados, fecharam a US$ 1,7260 por libra-peso, em alta de 1.775 pontos, ou 11,46%. É o maior valor para um contrato de segunda posição desde outubro de 2012.

Carlos Costa, diretor da Pharos Commodity Risk Management, afirma que as incertezas sobre o tamanho da quebra da safra brasileira por causa das intempéries deixaram o mercado "nervoso". Quando as perdas estiverem definidas, ele prevê alguma correção. Em algumas áreas de Minas Gerais, maior Estado produtor de café do país, há relatos que as perdas poderão chegar a 50%.

De qualquer forma, a recente recuperação dos preços após as fortes baixas do ano passado já mudaram a dinâmica do mercado físico doméstico. O café de boa qualidade, por exemplo, já é comercializado a R$ 400 a saca, ante menos de R$ 300 no início do ano. "E o prejuízo nas lavouras do Brasil é maior do que todo mundo está pensando", disse Carlos Dionízio, da Furlan Corretora, localizada em Varginha, no sul de Minas.

As projeções para a colheita na safra 2014/15, que ganhará força a partir de maio, chegavam a cerca de 60 milhões de sacas no ano passado. Mas, para Dionízio, o volume ficará entre 40 milhões e 42 milhões de sacas. Em seu primeiro levantamento para a temporada, realizado antes da seca, a Conab previu entre 46,53 milhões e 50,15 milhões de sacas.

Segundo Dionízio, com as disparadas das cotações os exportadores brasileiros estão conseguindo comprar o produto para revendê-lo no exterior por um preço mais atrativo, já que as altas no mercado internacional são superiores a do front doméstico.

O corretor destaca que, nas últimas três semanas, quatro grandes empresas adquiriram 500 mil sacas de café cada uma, o que é um volume considerável. "Aquele marasmo do mercado ficou para trás", afirmou, em referência aos poucos negócios registrados em muitos períodos do ano passado.

De acordo com Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), os exportadores ligados a multinacionais estão comprando café com "mais força". Conforme ele, somente entre o fim de março e o início de abril é que será possível ter um diagnóstico mais apurado sobre as perdas nas lavouras de café.

De acordo com Carvalhaes, a demanda por café de boa qualidade ainda está mais aquecida. É nessa frente que os preços já chegaram a R$ 400 a saca em alguns casos. Mas os cafés de qualidade inferior ainda não tiveram seus preços reajustados, provocando um grande diferencial entre os produtos. "Há café no mercado por R$ 220, R$ 230", afirma.

As informações são do Valor Econômico, adaptadas pelo CaféPoint

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