A última semana foi tumultuada com a notícia de que a Colômbia poderia sair da Bolsa de Nova York por conta dos baixos preços. Conversamos com a assessoria da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), que afirmou que essa é uma notícia falsa.
Segundo a assessoria, na semana que vem haverá uma reunião no Quênia com a Organização Internacional do Café (OIC), em que todos os países produtores estarão presentes para debater sobre o que poderá ser feito em relação aos preços da Bolsa. Em julho haverá o Fórum Mundial de Produtores no Brasil, onde também poderão conversar sobre esta questão.
Sobre os preços calculados do café, o FNC afirma que no caso do café colombiano o preço doméstico é calculado levando em conta o preço do contrato C da Bolsa de valores de Nova York, o preço pago pela moeda colombiana e a taxa de câmbio entre o peso e o dólar (sempre volátil). “Esses preços não refletem a realidade do café colombiano em particular. Nesse sentido, seria importante o acompanhamento dos outros países produtores. Apenas a Colômbia de maneira isolada seria uma ação difícil”, afirma o FNC.
O preço do café colombiano está sim diretamente ligado ao Wall Street. “Porém, por conta dessas quedas, cada vez mais nossos cafés são vendidos internamente ou exportados como valor especial ou agregado e, portanto, pagos a um preço melhor. A FNC exporta entre 25 e 30% de todo o café colombiano produzido. Desse percentual, 60% são cafés com valor agregado. As vendas diretas dos produtores aos compradores também são um bom canal alternativo à Bolsa de Valores para receber um preço melhor”, afirma o FNC.
A Federação acredita na união dos países produtores para participar de um esquema separado da lista da Bolsa de Nova York. A ideia é lutar para que os compradores de café paguem um preço justo, que permita aos produtores cobrir os custos médios de produção e obter um retorno.