A Collective Action Initiative – ou Member Initiative – da Plataforma Global de Café (GCP), conta com empresas e organizações que alavancam seus recursos para melhorar coletivamente uma questão identificada para o café na origem. Os resultados e aprendizados da iniciativa são compartilhados com o setor cafeeiro para dimensionar os resultados.
“As iniciativas de ação coletiva da GCP abordam questões de origem, como uso responsável de agrotóxicos ou bem-estar social. Acho incrível que os concorrentes se reúnam, unam forças e alavanquem seus recursos para melhorar questões urgentes”, afirma Caroline Glowka, gerente de relações com membros e parcerias corporativas da GCP.
Torrefadores, varejistas, produtores, comerciantes e organizações não-governamentais são convidados a contribuir. Os co-financiadores fornecerão informações para abordar uma questão crítica, ao mesmo tempo em que alavancam seu investimento financeiro, unindo-se a outros para alcançar maior escala e escopo.
“Grandes batalhas são travadas e vencidas coletivamente. A extensão da rede de membros globais e plataformas locais da GCP está claramente na vanguarda, realizando Iniciativas de Ação Coletiva que oferecem resultados significativos e criam bem-estar para os cafeicultores e suas famílias em todo o mundo”, afirma Mary Petitt, embaixadora da GCP na América do Norte.
A Iniciativa de Ação Coletiva da GCP no Brasil, em parceria com o InPacto e o Cecafé, trabalhará para melhorar as condições de vida e trabalho dos cafeicultores e colaboradores. “As boas condições de vida e trabalho devem vir em primeiro lugar quando pensamos em sustentabilidade no café”, diz Maria Fernanda Brando, da Equipe GCP Brasil. Ela afirma ainda que espera criar consciência sobre esse assunto complexo e desencadear mudanças para evitar condições degradantes na cadeia brasileira produtora de café.
A GCP diz que o Brasil possui uma das mais rigorosas leis trabalhistas em todos os países produtores de café, mas nem todos os produtores cumprem totalmente. A legislação é complexa, burocrática e cara para os cafeicultores cumprirem, especialmente os pequenos.
Embora a GCP fale que é seguro dizer que os cafeicultores brasileiros em geral têm condições de vida e trabalho justas, há casos de trabalho forçado detectados entre os trabalhadores. Alguns foram identificados recentemente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Essa iniciativa contribuirá para fortalecer fatores como educação; mapeamento e monitoramento das condições de trabalho nas áreas cafeeiras; estudos que abrangem salário, renda e custo de produção; e comunicação positiva de casos de sucesso.
No Vietnã, a Iniciativa de Ação Coletiva da GCP exige o uso responsável de insumos agrícolas para o café e visa melhorar o uso sustentável e eficaz de agroquímicos e práticas de manejo de ervas daninhas - particularmente o glifosato - para desenvolver alternativas adequadas.
Embora a maioria dos cafeicultores vietnamitas aplique pesticidas e fertilizantes, a GCP diz que isso quase nunca é feito com base em conhecimentos adequados ou testes de solo. “O café do Vietnã é muito valorizado em todo o mundo. Para mantê-lo dessa forma, devemos incentivar o uso e o conhecimento sustentáveis ??dos insumos agropecuários e abordar especialmente o uso de glifosato”, diz Trung Pham, gerente de programas da Plataforma no Vietnã.
A GCP diz que os produtores têm um entendimento limitado de doenças e pragas. Como resposta, geralmente tendem a aplicar pesticidas incorretamente, levando a custos adicionais desnecessários e aumentando o problema do uso excessivo de pesticidas e fertilizantes. “Nem todo cafeicultor está ciente disso ainda. No entanto, esta Iniciativa de Ação Coletiva apoiará os agricultores a produzir um café melhor no futuro”, comenta Pham.
As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin