A Embrapa em parceria com a startup Agrosmat desenvolveu uma plataforma digital capaz de detectar doenças na plantação de café com um mês de antecedência.
A ferramenta foi desenvolvida com o conceito “internet das coisas”, que consiste na troca automática de dados, sem precisar de um ser humano comandando. Serão instalados sensores no meio da lavoura que irão monitorar temperatura e umidade do ar e das folhas. As informações são levadas à central; o computador processa os dados e gera um relatório indicando os riscos que o cafezal pode ter.
O diretor de produto da Agrosmart, Raphael Pizzi, em entrevista ao Canal Rural, explica que os modelos que existem no Brasil são de longa escala, baseados em grandes regiões, como, por exemplo, sul da Bahia. “A ideia do nosso sistema é que essa análise seja local. Sabemos que os microclimas mudam muito, e o produtor pode estar dentro de uma região, mas com um microclima muito específico na sua fazenda”, explica.
Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente estão coletando informações para poder criar um modelo de previsão de ocorrência das doenças. Atualmente a mais estudada é a ferrugem do café, segundo a fitopatologista Kátia Nechet, a ideia é coletar os dados de incidência e severidade e depois relacionar os dados para avaliar se realmente está acontecendo esse problema no campo. Segundo ela, o objetivo é que o produtor reduza os custos na aplicação de defensivos e aumente a produtividade nas lavouras.
Estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTIC) mostra que a plataforma pode aumentar em 25% a produção de grãos no país nos próximos 12 anos.
A chefe geral de Informática da Embrapa, Silvia Massruhá, aponta que apesar da ideia promissora, alguns problemas devem ser solucionados, como a conectividade; desenvolvimento de uma rede própria para fazer a comunicação entre as máquinas no campo; leis que garantam uma maior segurança no tráfego de informação; entre outros. A plataforma estará disponível para uso comercial em dois anos, mas os técnicos pretendem lançar uma versão gratuita até o final de 2018.
As informações são do Canal Rural.